Olha para Jesus. Não há ninguém como ele. Quantas feridas, quanto sofrimento! Como resplandece sua imagem iluminada por todos esses sofrimentos! Mas são somente esses: em torno dele, ligadas a ele até constituir uma única coisa, estão todas as crueldades, as misérias, os pecados do homem. Como o lótus purifica o pântano, também ele, com sua vinda, resgatou a felicidade humana.

Como esta noite contemplamos a beleza  e a serenidade do céu depois do potente e pavoroso jogo do furacão de hoje, assim podemos julgar belo e estupefaciente o manifestar-se de uma imensa dor na vida dos grandes homens, para que neles contemplemos a dor na verdade plena. Não a vemos mais em forma de sofrimento, mas em forma de alegria.

R. Tagore

[Tagore, R. O Cristo. – Tradução Jairo Veloso Vargas. – Antologia de escritos, selecionados e traduzidos do bengali por Marino Rigon sx, com a colaboração do Centro de Estudos Tagore, sob a direção de Lauro Santoro Regaini. – São Paulo: Paulinas, 1997, p. 56. – (Coleção Sabedoria).]

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Vasco Arruda

Psicólogo, professor de História das Religiões e Psicologia da Religião.

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