Hoje apareceu o esplendor da púrpura divina, e a miserável natureza humana foi revestida da dignidade real. Hoje, segundo a profecia, floresceu o cetro de Davi, o ramo sempre verde de Aarão, que por nós produziu Cristo, ramo da força. Hoje de Judá e de Davi saiu uma virgem jovenzinha que leva o signo do reino e do sacerdócio daquele que, segundo a ordem de Melquisedeque, recebeu o sacerdócio de Aarão. Hoje a graça, purificando o princípio místico do divino sacerdócio, tece-lhe, à maneira de símbolo, o vestido da semente levítica, e Deus tinge a púrpura real do sangue de Davi. Para dizer tudo em uma palavra: hoje começa a reforma da nossa natureza, e o velho mundo, sujeito a uma transformação toda divina, recebe as primícias da segunda criação.

Santo André de Creta.

[Santo André de Creta, patriarca († 740), Vergine Madre. Citado em: Sgarbossa, Mario. Os santos e os beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente: com uma antologia de escritos espirituais. Tradução Armando Braio Ara. – São Paulo: Paulinas, 2003, p. 691.]

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Vasco Arruda

Psicólogo, professor de História das Religiões e Psicologia da Religião.

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