Ó almas obstinadas! Dai-me um homem que contemple (estas verdades), sem imaginar nada de carnal. Dai-me quem veja que unicamente o Uno perfeito é o princípio de todas as coisas que possuem unidade, nelas planificando ou não, essa unidade. Dai-me um homem que veja, sem levantar objeções, sem se dar ar de ver o que não vê. Dai-me um homem que resista ao fluxo de sensações carnais e aos golpes que elas infligem em sua alma. Alguém que resista aos costumes dos homens, aos elogios humanos, que chore no leito as suas culpas, que se dedique a reformar seu espírito, sem apego às vaidades, sem busca de ilusões.

Santo Agostinho

[Santo Agostinho. A verdadeira religião; O cuidado devido aos mortos. Tradução de Nair de Assis Oliveira. –  São Paulo: Paulus, 2002, p. 89. (Patrística; 19)]

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Vasco Arruda

Psicólogo, professor de História das Religiões e Psicologia da Religião.

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