Quando estou compondo uma obra e sinto que me foge a inspiração, pego no Rosário e rezo. Logo me vem à mente as melodias em caudais e, por vezes, com tanta abundância que nem tenho condições de as anotar todas.

Joseph Haydn, compositor alemão

[Citado em: Henrique, Pe. João; Cadeddu, Pe. Antonello e Comunidade Aliança de Misericórdia. O Rosário da Virgem Maria. – São Paulo: Palavra e Prece, 2010, p. 109.]

Devido ao meu projeto de organizar para uso pessoal uma pequena biblioteca de mariologia, há alguns anos venho comprando livros sobre o Rosário. Recentemente adquiri um que, somente ontem, resolvi ler. Trata-se da publicação “O Rosário da Virgem Maria”, de autoria do Pe. João Henrique, Pe. Antonello Cadeddu e Comunidade Aliança de Misericórdia.  Iniciei a leitura ontem à noite e a concluí na manhã de hoje. Foi uma leitura tão envolvente que, não tendo conseguido concluir ontem, esta manhã, às seis horas, eu já estava de pé para ler a outra metade da publicação.

O livro é dividido em três partes: Primeira Parte – O valor do Santo Rosário; Segunda Parte – A estrutura do Santo Rosário; Terceira Parte – Aprendendo a rezar o Santo Rosário. Por fim, o leitor é brindado, ainda, com um excelente apêndice trazendo “Experiências e textos sobre o Santo Rosário”.

Uma maravilha! Podem-se creditar dois grandes méritos a este pequeno  grande livro. Primeiro, ele certamente despertará nas pessoas que ainda não têm o hábito da recitação diário do Rosário o desejo de fazê-lo. Segundo, sua leitura será de grande valor para quem já tem este hábito mas desconhecia os detalhes da origem do Rosário, bem como do sentido das partes que o compõem.

A propósito, gostaria de citar aqui um trecho de um dos textos do livro, em que o Pe. Antonello Cadeddu , ao indagar sobre por que se torna, às vezes, tão difícil rezar o Terço, responde, com muita propriedade: “O problema é que o Terço perdeu sua natureza original de ser uma oração contemplativa, tornando-se uma regra; uma obrigação que cansa; uma repetição de fórmulas mecânicas que se realizam para não se sentir culpado. E nós, nos apegamos muito ao trabalho, a fim de crescer economicamente e intelectualmente. Temos em nós uma voz que repete: ´Não perca tempo com aquela repetição de palavras`. Na verdade, hoje, todo tipo de oração e de vida contemplativa está em crise. É porque não se reza mais com sentimento” (p. 93).

Quanto a mim, devo dizer que comecei a leitura pelo apêndice. Achei tão curiosos e fascinantes os relatos, que não resisti. Aproveito para transcrever um desses relatos, o qual me deixou tão impressionando que, ao lê-lo, saí correndo para a sala para mostra-lo à Naza, minha esposa. Ei-lo: “O doutor cubano Juan Carlos Finlay havia chegado em casa altas horas da noite. Esgotado, preparava-se para dormir quando se deu conta de que ainda não tinha rezado o Rosário, costume que repetia diariamente. Começou, então, a rezá-lo devotamente. Um mosquito teimoso voava de contínuo à volta de sua cabeça, obrigando-o, por vezes, a desviar para ele a sua atenção. De repente, como que iluminado por Nossa Senhora, a quem invocava naquele momento, teve a intuição da teoria que o havia de imortalizar: o mosquito era o agente transmissor da febre amarela! Assim, terminou uma longa série de esforços, trabalhos e investigações que pareciam não ter fim” (p. 109).

Concluo formulando os melhores votos de que “O Rosário da Virgem Maria” seja muito lido e divulgado, pois ele tem um grande serviço a prestar em prol da prática da recitação do Santo Rosário, recomendação constante de Nossa Senhora em suas aparições ao longo dos séculos.

About the Author

Vasco Arruda

Psicólogo, professor de História das Religiões e Psicologia da Religião.

View All Articles