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18. Século XXI

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Vasco Arruda

Em razão desta nova consciência falamos do princípio Terra. Ele funda uma nova radicalidade. Cada saber, cada instituição, cada tradição espiritual e religiosa e cada pessoa deve fazer essa pergunta: que faço eu para preservar a pátria comum, a Terra, e garantir que ela tenha futuro, já que há 13,7 bilhões de anos está sendo construída e merece continuar a existir? Em que colaboro para que a Humanidade possa continuar a viver, a se desenvolver e realizar seu projeto planetário? Está aí o sentido de nosso trabalho: Opção-Terra.
Leonardo Boff
[Boff, Leonardo. A opção-Terra: a solução para a Terra não cai do céu. – Rio de Janeiro: Record, 2009, p. 13.]

Vasco Arruda

Quando pensamos sobre o fosso entre a informação bruta e sua vida numênica na tela – algo que tento evitar, porque é uma reflexão sombria e difícil, bastante parecida com a contemplação da idade do universo -, toda a sensação tem um quê estranhamente religioso, como quando a mente busca uma metáfora vibrante (e conveniente) para a verdade maior que jaz além. As catedrais, lembremos, eram “infinidade imaginada”, o céu transposto para a escala humana. A mente medieval não era capaz de apreender a plena infinidade do sagrado, mas podia subjugar a si mesma diante dos campanários majestáticos de Chartres ou Saint-Sulpice. A interface oferece uma visão de esguelha comparável da infosfera, um ato de semi-revelação e semi-ocultamento. Ela torna a informação assimilável por nós ao encobrir a maior parte dela – pela simples razão de que “a maior parte dela” é multitudinária demais para ser imaginada num único pensamento.
[Johnson, Steven. Cultura da interface: como o computador transforma nossa maneira de criar e comunicar. Tradução, Maria Luísa X. de A. Borges; revisão técnica, Paulo Vaz. – Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001, p. 172.]