“Ave, Maria, cheia de graça: o Senhor é convosco” foi, de acordo com a Vulgata, a saudação…
Maria
O nome Maria, que é hebreu, quer dizer em português Senhora Soberana. E a Senhora é realmente…
Hoje em dia, tanto entre católicos como entre os não-católicos de todo o mundo, acredita-se que Maria, a mãe de Jesus, não pode servir como uma fonte de inspiração para a mulher moderna. Definida e interpretada por homens celibatários, a tradicional mariologia tem pouco a dizer a respeito dos desafios e das aspirações das mulheres no mundo atual. As homilias dos dias de festas marianas feitas pelos sacerdotes tendem mais a alienar e a frustrar as mulheres da comunidade do que a inspirá-las. Não surpreende que muitas optem por ignorar totalmente Maria, dando preferência a figuras bíblicas como as irmãs Marta e Maria, ou Maria Madalena, conhecida como “a apóstola dos apóstolos” na Igreja primitiva, por ter sido ela a primeira a testemunhar a Ressurreição.
Tina Beattie
[Beattie, Tina. Redescobrindo Maria a partir dos Evangelhos. Tradução Silvio Neves Ferreira. – 3ª. ed. – São Paulo: Paulinas, 2007, p. 3. – (Coleção Maria em nossa vida).]
José enfrentou hostilidades ao lado de Maria durante a viagem a Belém, partilhando com ela sua impotência diante das forças de ocupação Romana. Se Maria representa a autonomia da mulher perante Deus no evento da concepção de Jesus, o que José representa? Deus pediu a José que concordasse com algo que é supremamente difícil para os homens moldados pelos valores do patriarcado. Ele pediu a José que se casasse com uma mulher que estava grávida de um filho de outrem. (…) Uma mulher sabe que os filhos que leva em seu ventre são seus, mas um homem não pode ter certeza absoluta disso. José amava Maria o suficiente para divergir das regras do patriarcado. Quando ele soube de sua gravidez, seu primeiro impulso foi protegê-la da maledicência, terminando seu noivado, sem que ninguém o soubesse (Mt 1,19), muito embora tivesse o dever público de revelar o suposto adultério de Maria. No entanto, Deus pediu a José que fosse ainda mais longe, quebrando todas as regras e assumindo a responsabilidade pelo filho de Maria.
Tina Beattie
[Beattie, Tina. Redescobrindo Maria a partir dos Evangelhos. Tradução Silvio Neves Ferreira. – 3ª. ed. – São Paulo: Paulinas, 2007, p. 57. – (Coleção Maria em nossa vida).]