Como descrever o amor de um pai para o filho? É difícil tentar entender essa relação entre filho e pai. Para compreender o amor especial de Pedro e João Pedro, precisamos conhecer sua história.
Fernanda Vale, 35, conheceu o atual esposo Pedro Moraes, 39, durante uma festa de quadrilha em 2012. Pedro ficou na produção e Fernanda assistindo as danças juninas. Foi aí que Fernanda acabou observando algo mais do que só a quadrilha: o Pedro.
Começaram a se conhecer e logo em seguida iniciaram o namoro. Fernanda já era mãe do João Pedro, fruto de seu relacionamento anterior. Pedro também já tinha um filho que, por coincidência, também chama-se João Pedro – que chamaremos de JP, para não confundir. Em janeiro de 2013, Pedro soube que Fernanda precisava de um rim e, prontamente, decidiu ser o doador. Em setembro do mesmo ano, os dois oficializaram a união e se casaram.
João Pedro, atualmente com 9 anos, foi diagnosticado com paralisia cerebral e hidrocefalia ao nascer. Mas isso não interferiu no amor de pai que Pedro sente pelo pequeno João Pedro: “Foi um amor a primeira vista e incondicional, no primeiro olhar me cativou. João Pedro tem um sorriso lindo que conquista a todos”, declara Pedro.
Além do pai de coração, João Pedro conta com a presença do pai biológico, Leandro Ferreira, que sempre o visita. Ter os dois ao seu lado é muito importante para o seu desenvolvimento.
Após o período da cirurgia, Fernanda engordou 16 quilos e para perder o peso extra, foi incentivada por um primo a começar a correr. A partir daí, Fernanda e Pedro, que corriam juntos, decidiram levar o João Pedro também: “Eu gosto tanto de correr, meu marido gosta tanto de correr, então tá na hora da gente levar o João Pedro pra correr também”, ressalta.
“Não é porque ele é cadeirante que ele não vai poder participar das corridas”.
Fernanda e Pedro começaram a revezar nas corridas com João Pedro. E, este ano, João Pedro participou da “Pé na Carreira”, corrida em que os participantes vão fantasiados. Pai e filho correram juntos vestidos de palhaço. Eles fizeram a prova de uma légua e ficaram em terceiro lugar na categoria cadeirantes. “O mais importante de tudo isso, além de proporcionar esses momentos de felicidade entre eles dois (pai e filho), é que o amor deles é recíproco”, comenta Fernanda.
“É importante, também, conscientizar a sociedade, sabe? Dos pais especiais perceberem que os filhos deles são capazes de fazer essas coisas que as crianças “normais” fazem”.