O Fantástico (Rede Globo) trouxe para a luz neste domingo, 7, um tema que se move há tempos na penumbra das florestas: o infanticídio indígena. Pelo menos 20 etnias no Brasil ainda mantém a prática criminosa de assassinar recém-nascidos que apresentem deficiência física, sejam gêmeos ( um dos dois morre) , nascidos de mãe solteira entre outras características.

funai2

Pior que a prática destas etnias é saber que ainda hoje especialistas defendam o ato que põe fim à vida de uma criança recém-nascida. No site da FUNAI (Fundação Nacional para o índio) encontramos a tese de dissertação de mestrado de Marianna Holanda que classifica  a prática como normal. 

A estudiosa chega ao descalabro de dizer que se apenas algumas crianças morrem não há problema. “Diante do que chamamos juridicamente de infanticídio, não cabe falar em infanticídio indígena. O que há nessas aldeias são estratégias reprodutivas pensadas em prol da comunidade, e não de indivíduos isolados. Só um número muito reduzido de crianças acaba sendo submetido a elas“.

A justificativa da autora que ganha respaldo da FUNAI, instituição que deveria  defender os índios, é ainda mais grotesca. “São crianças com problemas que, mais tarde, impossibilitarão qualquer tipo de interação social”.

Na reportagem do Fantástico, a FUNAI se omitiu e o antropólogo que falou foi contra o projeto de lei que busca erradicar a prática ignominiosa. Assim como Marianna de Holanda, José Pacheco é da opinião que não se deve interferir na cultura da tribo. “Não se pode atribuir a isso [o assassinato de recém-nascidos] qualquer elemento de crueldade. Se uma pessoa começa já no nascimento conter deformações físicas ou incapacidades muito grandes, você vai ter sempre em si um marginal”.

 

About the Author

Vanderlúcio Souza

Padre da Arquidiocese de Fortaleza. À busca de colaborar com a Verdade.

View All Articles