Pesquisa feita pelo Ministério da Saúde (MS) mostra que o número de partos em meninas com idades entre dez e 19 anos apresentou uma redução de 30,6% nos últimos dez anos. Em 1998, foram registrados 699.720, diante de 485.640 no ano passado. A queda ocorreu em todos os estados, com exceção do Amapá que, em 1998, havia contabilizado 2.379 partos de adolescentes, contra 3.313 em 2008. Em todas as regiões, a queda foi significativa.

A maior redução foi no Centro-Oeste, com 36,7%, seguida de perto pelo Sul, com 36,4%, e Sudeste, com 36,17%. Em 1998, 20,7 mil mulheres residentes em Goiás, entre dez e 19 anos, engravidaram. No ano passado, o número caiu para 11,1 mil. Essa foi a maior queda da região Centro-Oeste, com Goiás 11 pontos acima do segundo colocado, o Distrito Federal.

 No Nordeste, a diminuição foi de 27,82%. No Maranhão, por exemplo, o número de partos realizados em adolescentes caiu 27,14% nos últimos 10 anos, segundo dados do Ministério da Saúde. Em 1988 foram registrados 37.349 partos de adolescentes. Este número reduziu para 27.211 em 2008. Os números do estado estão abaixo da média nacional, mas bem próximos da média da região.

A menor queda, 12%, ocorreu no Norte. Para a coordenadora da área de Saúde do Adolescente e do Jovem do ministério, Thereza de Lamare, a redução do número de partos pode ser atribuída a uma melhora do acesso dos adolescentes à informação e aos métodos contraceptivos.

Entre as ações que influenciaram esses números, ela destaca projetos conjuntos feitos com o Ministério da Educação (MEC), que permitem a distribuição de preservativos e a intensificação da educação sexual nas instituições de ensino, como Saúde nas Escolas e Prevenção e Saúde nas Escolas. Thereza considera extremamente importante o trabalho feito pelo Programa Saúde da Família. “Os agentes procuram dar informações para aquelas que nunca tiveram filhos e identificar adolescentes que já são mães. Neste caso, a ideia é tentar retardar ao máximo uma segunda gestação”, destaca. Ela conta que, entre adolescentes, é muito comum haver espaço pequeno entre a primeira e a segunda gravidez.

gravidez na adolescxenciaA pílula do dia seguinte também exerceu papel preponderante. “Não há dúvida de que a ampliação da oferta reduziu o número de gestações indesejáveis”, observa. Até o início desta década, a pílula era encontrada só nos serviços de referência para atendimento a mulheres vítimas de violência. Hoje, ela está disponível na rede básica para mulheres que tiveram relação de risco.

O número de abortos legais, feitos quando a gravidez coloca a vida da gestante em risco ou quando ela é resultado de violência sexual, também registrou queda significativa. Entre janeiro de 1999 e fevereiro de 2006, o registro entre jovens de 15 a 19 anos caiu 38,2%.

Nada melhor que a informação, o diálogo familiar e a reflexão. Bons resultados como esse acontecem da parceria entre a educação, a família e saúde. Bom é trabalhar em conjunto. Já dizia um velho ditado africano: “É preciso uma aldeia para educar uma criança”.

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Valeska Andrade

Formada em História pela Universidade Federal do Ceará e em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará. Especialista em Cultura Brasileira e Arte Educação. Coordenou o Programa O POVO na Educação até agosto de 2010. Pesquisadora e orientadora do POVO na Educação de 2003 a 2010, desenvolveu, entre outras atividades, a leitura crítica e a educomunicação nas salas de aula, utilizando o jornal como principal ferramenta pedagógica. Atualmente, é professora de história da rede estadual de ensino. Pesquisadora do Maracatu Cearense e das práticas educacionais inovadoras. Sempre curiosa!!!

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