O consumo abusivo de álcool cresceu 31,1% entre os brasileiros nos últimos seis anos, especialmente entre as mulheres jovens, de acordo com o 2ºLevantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), divulgado por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo.

Foram entrevistadas 4.607 pessoas com 14 anos ou mais, em 149 municípios brasileiros. Esse crescimento foi observado no indicador que demonstra quando a pessoa ingere grandes doses de álcool (4 para as mulheres, 5 para os homens) em menos de duas horas. Entre as mulheres, o aumento foi de 36% – no ano passado, metade delas bebeu dessa maneira. Entre os homens, o número subiu 29,4%. Os dados demonstram que os 20% que mais bebem consomem 56% de todo o álcool comercializado.

Facilidade para comprar
“Temos 1 milhão de locais de venda de álcool no País. Esse mercado não foi mexido. A indústria tenta se expandir, e essa tendência continua intocada. Não temos nenhuma política pública para desestimular o consumo. A única política existente é aquela que desestimular o beber e dirigir, e isso é bem diferente”, diz.

A psicóloga Iana Pinsky, vice-presidente da Associação Brasileira de Estudo de Álcool e Drogas (Abead), também critica a falta de políticas públicas. “Dificultar o acesso é a primeira providência que o governo precisa tomar. Também é necessário reduzir os locais de venda do produto e os horários, além de aumentar o preço. Hoje é possível comprar bebida alcoólica em qualquer lugar, a qualquer hora e a um preço baixo”, avalia. Outro problema, diz Iana, é o excesso de publicidade voltada principalmente ao jovem. “Há na internet, nas redes sociais, na TV. É uma coisa brutal. E, cada vez mais, o foco são as mulheres.”

Fonte: O Estado de S. Paulo

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Valeska Andrade

Formada em História pela Universidade Federal do Ceará e em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará. Especialista em Cultura Brasileira e Arte Educação. Coordenou o Programa O POVO na Educação até agosto de 2010. Pesquisadora e orientadora do POVO na Educação de 2003 a 2010, desenvolveu, entre outras atividades, a leitura crítica e a educomunicação nas salas de aula, utilizando o jornal como principal ferramenta pedagógica. Atualmente, é professora de história da rede estadual de ensino. Pesquisadora do Maracatu Cearense e das práticas educacionais inovadoras. Sempre curiosa!!!

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