Para pensar o corpo

Fonte:  O POVO Online/OPOVO/Vida e Arte

O coreógrafo paulista Ivaldo Bertazzo traz a sua Cia. TeatroDança pela primeira vez a Fortaleza. Com Corpo Vivo – Carrossel das Espécies, o grupo investiga o desenvolvimento.  E se, assim como os répteis, o homem pudesse regenerar a própria pele? Quem sabe andar pelas paredes, mudar de cor tal qual um camaleão em estado de defesa, continuar respirando em baixo d’água mesmo depois de rompido o cordão umbilical? No novo espetáculo da Cia. TeatroDança (SP), do consagrado diretor Ivaldo Bertazzo, a evolução da espécie humana, comparada à de outras espécies animais, norteia a pesquisa de cena. Em turnê por algumas capitais brasileiras, Corpo Vivo – Carrossel das Espécies passa por Fortaleza hoje e amanhã, no palco principal do Theatro José de Alencar. No domingo, o coreógrafo ministra workshop para 200 pessoas. As duas ações têm entrada gratuita.

 Projeto maior que culminou na produção de um livro (Corpo Vivo – Reeducação do Movimento, Edições Sesc SP), o espetáculo traz representações lúdicas dos movimentos animalescos transformados em teatro-dança. “Está contida na espécie humana essa herança evolutiva. Depois que nascemos, fomos peixe na barriga da mãe como feto, passamos pelo rastejamento do quadrúpede e viramos bípede. E, como pássaros, alcançamos o imaginário, aquilo que está à distância”, elabora Ivaldo, em conversa por telefone.

 É confrontando as espécies que o diretor e coreógrafo investiga questões como o envelhecimento do corpo, a libertação da mente e como gerir a sua longevidade. “Acredita-se, no processo evolucionista, que somos um produto mais desenvolvido. Com a libertação dos braços, nossas mãos se transformaram em ferramentas, ganhamos campo de visão, e com isso, previsão de futuro. Mas aí começa o sofrimento, por estarmos constantemente na vertical. E isso cria um déficit, por exemplo, de achatamento das vértebras, de hérnia de disco. A gente sofre com o excesso da grande conquista. É muito difícil ser humano, mas vale a pena, não custa tentar”, convida Ivaldo, que pesquisa a reeducação do movimento há 35 anos.

 No palco, dança, teatro e música se mesclam. O elenco, formado por 18 jovens de 18 a 24 anos de várias periferias de São Paulo, trabalha com Ivaldo há sete anos. Convidado para este projeto, o ator Rubens Caribe vive um monge que dedica a existência ao estudo sobre a anatomia de diversas espécies, com o objetivo de se aproximar da perfeição. A mezzo soprano Regina Elena Mesquita dá voz a uma mãe, uma égua e uma camareira, num repertório musical que contempla desde o compositor italiano Nino Rota, passando por uma canção iídiche, pela dupla norte-americana The Carpenters e aportando em canções regionais brasileiras. O roteiro é de Marília Toledo, a assistência de direção de Suzana Mafra e a iluminação de Wagner Freire.

 SERVIÇO

 CORPO VIVO – CARROSSEL DAS ESPÉCIES

Quando: Hoje (12) e amanhã (13)

Hora: 20h (sábado) e 17h e 20h (domingo)

Local: Theatro José de Alencar (Pça José de Alencar, s/n – Centro)

Preço: Entrada gratuita (distribuição dos ingressos na bilheteria do espetáculo 1 hora antes de cada sessão)

Outras informações: 3101 2583 / 3101 2567

WORKSHOP REEDUCAÇÃO DO MOVIMENTO

Quando: Domingo (13)

Hora: 10h às 13h

Local: Theatro José de Alencar

Obs.: 200 vagas

Outras info.: 3101 2583

About the Author

Jorge Brandão

Fisioterapeuta, Osteopata, RPGista. Diretor da clinica Fisio Vida.

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