Lembro-me muito quando fui inserido na prática fisioterapêutica pela primeira vez. Ainda na faculdade, ambiente de realidade segura, repleta de incógnitas gentis e territórios voltados ao pleno conhecimento. A Fisioterapia era uma ilustre desconhecida da sociedade e avançava científica e tecnicamente num crescimento expressivo, mas ainda tímida pelo empirismo.

Mais de 20anos depois constatamos que a ousadia foi nossa melhor ferramenta. Ousamos muito e esse comportamento gerou uma massa crítica capaz de criar elementos políticos sólidos e condições para o exercício profissional jamais vistos em nenhum outro país. Por outro lado , avançamos muito pouco em alguns campos, deixando a percepção clínica ainda no plano da abstração, talvez pela sede incontestável do saber tecnicista ou pela malfadada precocidade de nossa inserção mercadológica.

O valor dado ao Diagnóstico Cinesiológico Funcional ainda é mínimo e esse é o grande equívoco residente nas moradas do ensino superior da Fisioterapia, onde o pensamento e as atitudes reabilitacionistas teimam em sufocar a plenitude da Fisioterapia Baseada em Evidências. Claro, encontrar evidências científicas não é algo simplório e na maioria das vezes é frustrante, pois as variáveis existentes na esfera de nossa profissão, na maioria das vezes, nem são entendidas por quem se propõe ao dificílimo ofício da validação.

A condição mista de diagnosticar funcionalmente, abordar clinicamente e usar todos os recursos técnicos de forma judiciosa compõe um cenário de necessidade gritante na tentativa de afirmar a importância do fisioterapeuta e gerar condições sustentáveis para a exorcismo completo de um comportamento nefasto definido pelo ato de executar métodos e técnicas de reabilitação. É nesse contexto que a Fisioterapia Clínica surge, com o abandono definitivo das práticas fisiátricas e tendo como princípio as metodologias de maior complexidade cinesiológica!

About the Author

Jorge Brandão

Fisioterapeuta, Osteopata, RPGista. Diretor da clinica Fisio Vida.

View All Articles