Informações reproduzidas do Blog de Notícias do Centro Knight para o Jornalismo nas Américas.

A publicação de uma entrevista com um dos principais integrantes do cartel do tráfico de drogas em Sinaloa [México], pelo semanário Proceso, gerou discussões acirradas sobre o papel da mídia na cobertura do tráfico de drogas.

O criador da revista, Julio Scherer García, aceitou um convite para entrevistar Ismael “el Mayo” Zambada García, que trabalha com o principal líder do cartel de Sinaloa, Joaquín “El Chapo” Guzmán. A Proceso publicou a entrevista no sábado e colocou trechos dela em seu site, com uma foto de Zambada ao lado do jornalista.

A mídia estrangeira comentou a matéria, enfatizando as afirmações de Zambada de que a guerra contra o narcotráfico está perdida e de que ele vive com medo de ser capturado.

“A entrevista não revelou informações novas ou surpreendentes, mas foi memorável simplesmente por ter acontecido”, diz Tracy Wilkinson, do jornal Los Angeles Times.

Na imprensa mexicana, o jornalista Marco Levario, da revista Etcetera, opina que Scherer e a Proceso fizeram “o que tinha que ser feito”. Já Héctor Aguilar Camín, da Milenio, lembrou os recentes ataques e assassinatos de jornalistas, e perguntou: “Quantos jornalistas foram mortos por Zambada e Guzmán? Quantos foram condenados, ameaçados ou perseguidos? Quantos foram silenciados ou comprados?”

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A matéria

O início da matéria no semanário Processo é este [grifei]:

« MÉXICO, D.F., 3 de abril (Proceso) – Una expresión de Julio Scherer García ha quedado grabada con hierro candente, entre muchas otras, en quienes colaboramos con él. “Si el Diablo me ofrece una entrevista, voy a los infiernos…”. En el mayor de los sigilos, bajo la exigencia de reserva absoluta que él respetó y respeta, el fundador de Proceso fue convocado a encontrarse con Ismael El Mayo Zambada. “Tenía interés en conocerlo”, le dijo el capo del cártel de Sinaloa, colega y compadre de El Chapo Guzmán. En el encuentro, que terminó en puntos suspensivos, El Mayo Zambada dejó un reto: “Me pueden agarrar en cualquier momento… o nunca”.