A sociedade se escandaliza com os escândalos contra crianças, frentes parlamentares mapeiam a rota de exploração infantil, especialistas se pronunciam contra, reportagens investigativas expõem o drama de forma convicente.
Contudo observa-se uma contradição. Os mesmos que se indignam com as afrontas aos infantes disseminam um outro tipo de exploração. Como se diz popularmente deixam passar um elefante e se engasgam com um mosquito.
A Mini Lady Gaga é um exmplo do discurso moderno e controverso. É falta de bom senso apoiar a difusão da imagem de uma criança de oito anos, vestida com um colã minúsculo, maquiagem pesada e cantando:
Você sabe que eu quero você
(Porque eu sou uma vadia livre, baby!)
E você sabe que eu preciso de você
Eu quero muito, seu romance mau
(tradução de trecho de Bad Romance)
Os pais incentivam, afinal já começam a ganhar dinheiro com o sucesso da filha. Isto não se caracteriza como trabalho infantil? O Ministério Público e outras instâncias responsáveis pelo cuidado com crianças e adolescentes bem poderiam proibir a exposição da criança em rede nacional se prestando a esse papel perigoso na sua formação.
O clipe e a letra  de Bad Romance dublado pela criança é cheio de simbolismos que apontam para o horrendo, a crítica à religião e aos valores. Enquanto a menina de oito anos se contorce no placo imitando a coreografia sensual da Novaiorquina o público assiste, aplaude e nem se dá conta (?) do mau que estão promovendo.

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Vanderlúcio Souza

Padre da Arquidiocese de Fortaleza. À busca de colaborar com a Verdade.

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