Uma reunião de trabalho será realizada no dia 11 de maio, às 14h30, no Complexo de Comissões Técnicas da Assembleia Legislativa, para fechar uma agenda com as sugestões apresentadas durante a audiência pública realizada pela Comissão de Viação, Transporte e Desenvolvimento Urbano (CVTDU) que discutiu, na quarta-feira (27/04), a questão do saneamento básico no estado do Ceará. A iniciativa de debater o assunto partiu do deputado estadual Carlos Matos (PSDB).
Dentre as sugestões apresentadas durante a audiência estão: o apoio da AL na regulação do saneamento básico junto aos municípios para resolver o problema das redes de esgoto ociosas, o fortalecimento da gestão das companhias de água e esgoto, o incentivo a soluções inovadoras para o problema do saneamento no Estado, a redução da interferência política nas agências reguladoras de serviços públicos e o fomento ao Plano Estadual de Saneamento Básico com recursos para a elaboração de políticas de reuso.
A partir dessas e de outras sugestões, será elaborado um relatório para definir os órgãos e instituições que devem ser procurados para resolver o problema do saneamento básico do Estado.
“De cada 10 cearenses, seis não têm esgotamento sanitário. Em Fortaleza, 50% da população não tem saneamento, e o surpreendente é que o relatório do próprio Governo apresenta que, nos últimos cinco anos, não houve nenhuma alteração nesse quadro”, afirmou o deputado Carlos Matos.
De acordo com Adolfo Marinho, ex-secretário de Desenvolvimento Urbano do Estado, o saneamento básico abrange abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza pública e drenagem de águas pluviais. Com relação ao abastecimento, ele afirmou que o maior problema é a perda de água tratada.
Marcela Facó, articuladora do setor de saneamento da Secretaria das Cidades, informou que o Governo do Estado tem vários projetos visando à melhoria do abastecimento e esgotamento sanitário, como implantação de redes novas e expansão das redes já existentes.“O Sistema Integrado de Saneamento Rural (Sisar), por exemplo, é um modelo de gestão que é bem-sucedido e que, inclusive, tem sido apresentado pelo Ceará a outros países”, informou.
Para Cláudia Caixeta, diretora de Mercado da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), um dos maiores problemas é a questão da ociosidade da rede de esgotamento sanitário. Em Fortaleza, representa 25% dos clientes, cerca de 200 mil ligações que não estão conectadas à Cagece. E no Interior, o percentual sobe para 45%. “Esse é um problema cultural, de cidadania, que precisa de um trabalho de conscientização”, afirmou.