“Eu não concordo”, foi taxativa Mãe Gardênia de Oyá ao comentar a peça em que um homem fura o próprio braço e derrama sangue sobre um crucifixo, durante um seminário sobre transsexualidade, realizado no Centro de Humanidades da Universidade Federal do Ceará -UFC. “Na Umbanda, jamais, eu vou pegar um sangue e derramar sobre uma cruz. A minha casa existe há sessenta anos, trabalhamos com cura e nunca vi uma situação dessa.Isso não está correto”, reiterou Mãe Gardênia em solidariedade à Igreja Católica.
Pastor Glauco Barreiras, líder religioso da Igreja Batista Moriá também se posicionou contrário ao ato. “Considero que o episódio evidencia muito mais uma expressão ideológica anti-religiosa e uma ridicularização de mau gosto da religião cristã do que qualquer apresentação artística”. Para o pastor, “no mínimo, os cristãos deveriam ter direito de resposta, podendo realizar no mesmo local para comunidade acadêmica evento que ressalte o valor da fé cristã, a importância do respeito religioso e a sua concepção de arte”.
A Comissão de Liberdade Religiosa da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, Ceará, realizou reunião extraordinária para debater o tema. A nota emitida pela comissão sintetiza que, “por unanimidade dos advogados e apoiado pelo público presente, decidiu, dentre outras medidas, oficiar ao Ministério Público Federal para que investigue a conduta do ator e dos demais agentes responsáveis pela exibição da peça, tomando as medidas que julgar apropriadas para restaurar o império da lei, da paz e da tolerância.
A Universidade Federal Ceará se pronunciou três dias posteriores ao acontecimento com nota avaliando que a peça estava academicamente validada. ” A Administração Superior da UFC, ao tomar conhecimento da repercussão do fato, foi apurá-lo e, como conclusão, constatou tratar-se de um seminário acadêmico, com acesso restrito a participantes inscritos e, portanto, motivados a discutir sobre a temática proposta, sem qualquer conotação desrespeitosa e muito menos criminosa. A UFC continuará defendendo o profundo respeito às manifestações e aos símbolos religiosos dentro e fora da Universidade e jamais admitiria o contrário”.
A nota da OAB alarga a compreensão de liberdade de expressão. “Além de exceder os limites da liberdade de expressão, Ari Areia assumiu o risco de sua conduta incorrer em crime previsto no Artigo 208 do Código Penal: vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso.O fato ocorreu em local público – Universidade Federal do Ceará – e não há como (tentar) justificar que o evento era apenas para inscritos, um evento particular”.
Queria deixar aqui uma sugestão para este Blog tão democrático.
Vamos comentar sobre a última capa da Veja: Pedofilia na IC
Mais recentemente num caso que expõe um grave problema no seio da Igreja Católica, religioso foi acusado de abusar sexualmente de um garoto de 15 anos que sofre de retardo mental, na sauna de um clube.
Muito interessante a reportagem, sobre tudo para os católicos entenderem o que acontece até na alta cúpula da IC.
Derramar sangue sobre uma estátua ou outro objeto religioso não é vilipêndio. Sangue é vida.
Seria diferente se se tratasse de fezes ou urina. Mas sangue?
O que falta em muitos cristãos é o tão propalado amor ao próximo. Lindo na teoria e ausente na prática. Agem com truculência por causa de uma simples manifestação teatral.
Eu apenas me pergunto como um deus de amor poderia ter tanto ódio por causa de uma ação que não causa nenhum mal a um ser vivo. Não houve brutalidade na encenação, nenhum tipo de violência, roubo ou furto.
Eu me pergunto também como um deus onisciente(sabe o passado e o futuro) poderia se zangar por algo que ele já sabia que iria acontecer.
Em vez desses denunciantes se preocuparem com a miséria, com as pessoas que vivem ao relento, passando as madrugadas no frio(Fortaleza está em época de ventania agora em junho e julho), com a falta de trabalho de muitas pessoas que todo dia buscam e não conseguem, com as pessoas que morrem por falta de atendimento num hospital público e tantas outras mazelas, não, eles tinham que gastar seu tempo com uma peça teatral e até fazer projeto para beneficiar a ala protestante. É impressionante a incoerência!
Por esses e outros motivos é que desde criança sou ateu e continuo a ser na meia idade. Prefiro me focar no uso da lógica, no fazer o bem ao próximo a colocar uma venda nos olhos.