Jacaré foi o grande nome do UFC Fight NIght 50 | Foto: UFC/Twitter

Jacaré foi o grande nome do UFC Fight NIght 50 | Foto: UFC/Twitter

Dois eventos reinaram durante a noite e madrugada de sexta-feira, 5, e deste sábado, 6, respectivamente. E, parece que a barca de derrotas brasileiras está mudando. Depois do super triunfo de Rafael Dos Anjos sobre Ben Henderson, os deuses do MMA parecem estar ao nosso lado. Quem sabe se Barão tivesse enfrentado TJ Dillashaw pudéssemos ter uma cinta a mais no Ultimate. Mas, vamos deixar de papo para falar do que interessa. Ronaldo Jacaré, Alistair Overeem e Patrício Pitbull roubaram a cena na jornada dupla de UFC e Bellator. Os brasucas fizeram o dever de casa – um se tornou campeão e o outro está mais próximo desse objetivo – já o gigante holandês murchou como uma flor podre diante do gordinho barbudo e careca Ben Rothwell. Vamos lá!

Ronaldo Jacaré x Gegard Mousasi (UFN 50)

O capixaba radicado em Manaus está mais experiente, focado, técnico na parte em pé e perfeito no chão. Tudo isso dá ao Ronaldão a chance real de trazer o cinturão do peso-médio de volta para o Brasil (caso, claro, Vitor Belfort não consiga primeiro). Jacaré mostrou como é válido entrar no cage com uma estratégia traçada para alcançar uma vitória sem riscos. Faz tempo que não vejo um atleta oriundo do jiu-jítsu ou wrestling ser tão empolgante atacando o adversário no solo.

Mousasi ficou atordoado com a técnica de Jaca no chão e a força no clinch para derrubá-lo na raça. Jacaré parece ter a fórmula ideal para vencer o atual campeão Chris Weidman, e de qualquer outro atleta wrestler de origem. Parece que a fera da X-Gym tem o antídoto contra lutadores com Georges St. Pierre. Digo isso, porque o brasileiro é uma máquina no chão e derruba seus oponentes como wrestlers de primeira linha. Porém, diferentemente do grupo de amarrões como GSP, o “faixa-preta de Jesus” empolga, pontua e busca terminar o duelo com uma finalização, e não por pontos nas mãos dos juízes, quando está no solo.

Ronaldo Jacare Souza Submits Gegard Mousasi via Guillotine Choke UFC Fight Night 50

Vi, contra Mousasi, um Jacaré que pode ter a tática perfeita para qualquer oponente. Os westlers que atormentam os brasileiros levando-os para o chão e cozinhando, não vão poder usar dessa artimanha contra o Jaca. Em pé, o carequinha está com o boxe muito bem trabalhado por Josuel Distak e cia. na X-Gym. Estou empolgado com Ronaldão e espero vê-lo logo mais. Talvez, o Ultimate não o coloque direto para o cinturão – ele teria que esperar até 2015 por um combate pelo título, já que Chris Weidman x Vitor Belfort lutam em 6 de dezembro na edição de número 181. Pode pintar aí um Jacaré x o vencedor de Michael Bisping x Luke Rockhold. Estaremos esperando ansiosos pelos próximos capítulos.

Alistair Overeem x Ben Rothwell (UFN 50)

Não vejo outra saída para “The Reem” nos pesos-pesados. O tanque da Holanda não aguenta mãozada na cara dos gigantes da divisão até 120 kg. Para o duelo contra o gordinho Rothwell , Overeem se apresentou bem mais magro e pesou 112 kg, cinco a menos do que o habitual. Se apertar mais um pouco, Alistair, ex-bombado, pode bater os 93 kg exigidos para um meio-pesado. Nos pesados, o queixo de vidro não aguenta!

Ben Rothwell Knockouts Alistair Overeem UFC Fight Night 50

Sobre a luta, Overeem me empolgou nos minutos iniciais. Mais leve, ele se movimentou mais e usou chutes a lá Jon Jones (aqueles bem no meio do joelho!). Isso pode até ser fruto dos treinos na Jackson’s MMA, mesma academina do campeão da divisão até 93 kg. Mas, tudo não passou de enganação. Só precisou de uma patada do barbudo feroz Rothwel para deixar o “The Reem” sem pai, nem mãe. Apagão geral no tanque holandês e adeus a mais uma possível ascensão da maior decepção, atualmente, de contratados do UFC. E vocês, fãs do MMA, o que acham de Overeem?

Patrício Pitbull x Pat Curran (Bellator 123)

Patrício Pitbull registra momento pós-luta com o cinturão | Foto: reprodução/Instagram

Patrício Pitbull registra momento pós-luta com o cinturão | Foto: reprodução/Instagram

O duelo entre o brasileiro e o americano valia a cinta do Bellator, na categoria do peso-pena. A revanche era uma das mais esperadas da organização. O potiguar esperava essa oportunidade a mais de um ano – engasgado com a derrota por decisão dividida no primeiro encontro entre eles. Pitbull sabia que precisava ser mais agressivo para trazer o cinturão para o Brasil, pois se o combate fosse mais uma vez para as mãos dos juízes, ele necessitava de uma apresentação dominante. E assim, Patrício fez!

A porrada durou cinco rounds. Trocação de primeira. Patrício foi superior e conseguiu dois knock-downs. O americano, atordoado, bem que tentou fazer diferença com seus jabs eficazes, mas não deu dessa vez. Pitbull entrou super determinado e fez uma apresentação segura. O gás do líder da Pitbull Brothers também fez a diferença no duelo. O brasileiro manteve a pegada e não deu chances para o ex-campeão.

O caminho de Patrício com o cinturão é promissor. Agora, além da estrutura de sua própria equipe, a Pitbull Brothers, ele terá o suporte, nos Estados Unidos, da Black House MMA, dos empresários Ed Soares e Joinha Guimarães. A dupla faz parte do grupo que gere a imagem de Patrício e de seu irmão, Patricky Pitbull. Com os treinamentos da BH, o potiguar se tornará muito mais completo.

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Bruno Balacó

Jornalista esportivo do Grupo de Comunicação O POVO. Redator do site de esportes do jornal O POVO (Portal Esportes O POVO) e repórter do caderno de esportes do O POVO. Comentarista esportivo da Rádio O POVO/CBN, da TV O POVO e titular blog Gol e do blog Clube da Luta do O POVO Online

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