Cachorrão em ação pelo Bellator | Foto: divulgação/Bellator

Cachorrão em ação pelo Bellator | Foto: divulgação/Bellator

O ano de 2014 não foi nada fácil para o cearense Carlos Eduardo, o “Cachorrão”, da equipe Nova União/Dragon Fight. Neste período, o atleta perdeu duas seguidas no Bellator, foi demitido da organização e perdeu seus patrocínios, um golpe duro demais para quem vinha dando conta do recado dentro do cage.

Com tudo acontecendo ao mesmo tempo, o “Big Dog” precisou dar uma pausa no MMA para reorganizar os planos. Há mais de um ano sem lutar no cage, ele precisou abrir mão do cinturão do Shooto e voltou a dar aulas de jiu-jitsu. Porém, Cachorrão superou o ciclo “turbulento” e se prepara para retornar ao cage no dia 6 de dezembro, no 1º Round Combat, em Fortaleza, onde fará a luta principal do evento contra Kleber Orgulho.

Carlos Eduardo concedeu uma entrevista exclusiva ao Blog Clube da Luta e contou todos os detalhes de sua saída do Bellator, os momentos difíceis, a necessidade de voltar a dar aula e a ansiedade de brilhar novamente no MMA.

“Cara, foi um ‘boom’ de uma vez. Ocorreu a dispensa do Bellator e, logo em seguida, perdi meus patrocinadores. Não precisava dar aula, estava vivendo só para treinar e lutar. Quando perdi os patrocinados, tive que voltar a dar aula. E ainda estou vivendo nesta correria”, contou o lutador.

Os primeiros meses sem apoio foram difíceis para o peso meio-pesado, que é casado e pai de duas crianças. Quando estava no Bellator, o cearense tinha três patrocinadores. “Passei perrengue, mas tinha uma reserva guardada. Gosto sempre de ter uma reserva para quando acontece algo de última hora. Estou acostumado desde novinho, quando comecei no esporte. Nunca tive sorte de ter as coisas fáceis”, comentou.

A volta do professor Cachorrão
O ato de vestir o kimono, amarrar a faixa preta e entrar no tatame para ensinar suas técnicas aconteceu de forma natural. A oportunidade surgiu uma semana após a saída dele do Bellator.

Cachorrão com seus alunos de jiu-jitsu | Foto: reprodução

Cachorrão com seus alunos de jiu-jitsu | Foto: reprodução

“Engraçado, teve uma coisa legal de tudo ocorrer de uma vez. Sai do Bellator e perdi meus patrocínios – uma semana depois, fui em uma academia próxima da casa da minha mãe, a Profight, levar um amigo que aula particular de boxe há dois anos. No dia, o dono da academia disse que estava precisando de professor de jiu-jitsu”, disse o atleta.

Em seguida, o faixa preta começou a dar aula na academia. Uma semana depois, uma nova oportunidade apareceu. “Um amigo que dava aula em uma academia e estava saindo para outro espaço, para trabalhar como personal, me chamou e me passou a academia. Foi daí que engatei nas aulas”, explicou.

Cinturão do Shooto
O retorno ao tatame como professor de jiu-jitsu quebrou a rotina de treinos intensos voltados para o combate. A nova atividade atrapalhou os planos de retorno ao MMA e obrigou o lutador a abrir mão de defender o cinturão do Shooto.

Cachorrão conquistou o cinturão meio-pesado do Shooto | Foto: BJJ Pix

Cachorrão conquistou o cinturão meio-pesado do Shooto | Foto: BJJ Pix

“Estava trabalhando demais e fiquei sem tempo para treinar. No mundo da luta ou você é professor ou é atleta. Acabou que tive que entregar o cinturão do Shooto. Conversei com o Guilherme Santos e o Danilo Bezerra, e o Dedé Pederneiras também, pedi até desculpa. Tinha duas opções: lutar ou entregar. Entreguei por causa do tempo inativo”.

Apesar disso, Cachorrão já conseguiu se organizar na rotina de aulas e treinos e espera voltar bem ao cage. “Agora estou conciliando meus horários direitinho. Meus alunos estão casca grossas. Estou competindo no jiu-jitsu também, o que é bom, eles gostam de ver o professor lutando”.

Retorno ao MMA
Com a vida organizada, Cachorrão tem planos ambiciosos para o próximo ano. A meta é emplacar uma nova sequência de vitórias. O primeiro compromisso será em dezembro contra o Kleber Orgulho.

“Quero retomar o ritmo, sentir a adrenalina de luta. Estou na expectativa. Vou manter o foco. Quero continuar lutando com os melhores. Têm vários atleta de nível do Brasil que saíram do UFC, e sei que posso fazer frente com eles”, afirmou Eduardo.

O cearense está empolgado em retornar e não descarta uma volta ao Bellator. “Minha meta é lutar o grandes eventos. Tem o Max Fight que vem crescendo e revelando a galera para jogar no principal do UFC. Quem sabe um dia o Bellator também, pode ser que eu volte. Estou preparado para o que Deus me dirigir”, relatou.

Aulas com Cachorrão
Profight (Rua Mário Mamede, 161 – Edson Queiroz)
Quando:Segunda-quarta-sexta
Horário: 7h30 às 8h40

Galpão de Treinamento (Rua Desembargador Maltar, 475, Maraponga)
Quando: todos os dias
Horário: 8h30 às 22h

About the Author

Bruno Balacó

Jornalista esportivo do Grupo de Comunicação O POVO. Redator do site de esportes do jornal O POVO (Portal Esportes O POVO) e repórter do caderno de esportes do O POVO. Comentarista esportivo da Rádio O POVO/CBN, da TV O POVO e titular blog Gol e do blog Clube da Luta do O POVO Online

View All Articles