A análise fria do show do Guns n’ Roses na noite de ontem, em Brasília, me obriga a escrever sobre atraso, som ruim, falta de educação de algumas pessoas e falhas técnicas.

Mas vejamos.

Axl Rose atrasar quase duas horas para entrar no palco era até esperado. Quem conhece a carreira do vocalista sabe que isso aconteceu demais. Atrasos piores até. E não é “privilégio” apenas desta banda americana.

O som no local estava estranho. Cheguei em Brasília no sábado pela manhã e, antes do show, muita gente já me alertava que o som no Ginásio Nilson Nelson não é dos melhores. “A acústica é ruim”, diz um fã na fila para entrar, às 17 horas do domingo (o evento começou quase às 21 horas com uma banda local).

Após a banda local (Khallice) – que foi muito bem, mas tocou uma versão metal esdrúxula para “Balada do Louco”, de Rita Lee – Sebastian Bach (ex- Skid Row) e sua banda deram um show de simpatia e presença de palco. Mesmo assim, tinha gente que ainda jogava garrafas de água no palco.

Após Bach, quase duas horas de espera por Axl e sua banda. Quem estava nas arquibancadas arremessava garrafas ao público da pista comum. Parecia uma brincadeira de animais para tentar se distrair da espera. As vaias – que esporadicamente apareciam – já bastava para mostrar o descontentamento do público.

Guns n’ Roses no palco e “Chinese Democracy” agita a multidão (de acordo com a organização do evento, 13 mil pessoas) seguido de “Welcome to the jungle”. Já era notório que Axl teria problema com o microfone. Em vários momentos, a voz característica ficava coberta pelos instrumentos e o barulho da galera. Esta falha se acentuava quando Axl corria (sim, ele ainda corre no palco… e muito) para os lados do palco.

E vejamos.

“Estou acabada, fui um showzão”, diz uma jovem ao telefone. “Nem acredito que consegui ver o Guns”, diz outra.

Estes não foram os únicos. Com quem pude conversar, o show valeu.

E valeu mesmo. As falhas aprensentadas não tiram o brilhantismo do show do Guns n’ Roses.

Sim, Guns n’ Roses. Por mais que muitos ainda insistam em querer acabar com a imagem da banda. Se ela perdeu a identidade? Não. Ela mudou. Tenta se adaptar. E é capaz de fazer o público vibrar e se emocionar.

Se Axl está mais gordinho (mais do que nos áureos tempo e menos do que no Rock in Rio 2001), ele ainda corre de um lado a outro. Se a voz não é a mesma, é capaz de arrepiar as pessoas com uma ou outra “rasgada” como no “sha na na na na na” de “Welcome to the jungle”. Se Slash não está mais, o Guns n’ Roses é uma marca que exige gente de primeiro nível. Como os excelentes Dj Ashba, Bumblefoot e Richard Fortus. Ashba, por sinal, esbanjou simpatia por onde passou. Uma simpatia jamais vista em época alguma durante toda história da banda.

O Guns n’ Roses de hoje é outro, de fato. Mas isso não quer dizer que não seja bom. O show, em uma avaliação geral, foi excelente. De levantar o público, mesmo com os problemas. Uma espera que agradou a quem pagou caro por isso.

Set-list

“Chinese Democracy”
“Welcome To The Jungle”
“It’s So Easy”
“Mr. Brownstone”
“Sorry”
“Better”
Solo de Richard Fortus
“Live And Let Die”
“If The World”
“Rocket Queen”
Solo de Dizzy
“Street Of Dreams”
“Scraped”
Solo de Dj Ashba
“Sweet Child O’ Mine”
“You Could Be Mine”
Solo de Axl Rose
“November Rain”
“Knockin’ On Heavens Door”
“Shackler’s Revenge”
“Patience”
“Nightrain”

bis:
“Madagascar”
“Paradise City”

Comentários da comunidade do show:

Ricardo
por o melhor show da minha vida
putzz ja´posso ate morrer ja vi guns n roses ao vivo muito louco perfeito !!!!!!!

Jimmy
eu fui no show ja sabendo q nao estava indo pro show do velho guns………. e te compreendo e concordo quando diz q exageram em alguns momentos no virtuosismo e tambem no visual do richard fortus meio emo mesmo( mas o kra mando muito, os 3 mandaram,) curti pra k**** os 3 guitarristas
pra mim o show foi ÉPICO

Algumas fotos:

Axl com sua bandana tradicional

Axl com sua bandana tradicional

Ingressos esgotados em Brasília

Ingressos esgotados em Brasília

O bandeirão aberto em "Paradise City" arrancou o largo sorriso em todos os integrantes da banda.

O bandeirão aberto em "Paradise City" arrancou o largo sorriso em todos os integrantes da banda.

Fotos: Comunidade Guns n’ Roses Brasília