A admiração do veterano Cauby Peixoto pelo ídolo Frank Sinatra (1915-1998) sempre foi explícita. Não é à toa que um dos números obrigatórios dos shows deste niteroiense que completa 80 anos no próximo 10 de fevereiro é Theme from New York New York, o clássico dos clássicos do The Voice. Essa mesma admiração rendeu em 1995 o disco Cauby Canta Sinatra, homenagem suntuosa recheada de orquestra, convidados como Gal Costa e Dionne Warwick e canções vertidas para o português. 

Quinze anos depois, Cauby volta a mergulhar no repertório do velho Blue Eyes e lança o econômico Cauby Sings Sinatra (Lua Music). O título agora vem em inglês porque as 15 faixas do disco foram interpretadas na língua original do homenageado. Gravado ao vivo, em maio deste ano, no pequeno Teatro FECAP (SP), este CD/DVD é segundo trabalho de Cauby com o produtor Thiago Marques Luiz que optou por uma banda enxuta de oito músicos e para um repertório mais intimista com forte sotaque jazzístico.

Mas, mesmo sendo um fã confesso, o que levou Cauby a lançar um segundo trabalho cantando Sinatra? “Eu não gostei das versões em português. Esse em inglês está bem melhor”, afirma sem pestanejar. Mantendo sua invejável performance vocal (inclusive por telefone), Cauby conta que foi ele mesmo quem escolheu o repertório que desfila clássicos como Fly me to the moon, My way, Moon River e, mais uma vez, Theme from New York New York. Conhecendo a fundo essas canções, Cauby precisou apenas de duas semanas para os ensaios. No entanto, ele mesmo faz um alerta. “Pensavam que eu imitava Sinatra, mas eu cantava Sinatra. Imitar não”.

Lembrando que poucas pessoas acreditaram que uma releitura das canções de Sinatra em inglês, Cauby comemora a boa repercussão que vem tendo de crítica e público. “Eu só quero gravar o que está muito bom em minha voz e espero que as pessoas gostem”, resume. E, sem perder tempo, já anuncia uma nova homenagem para 2011: agora ele quer cantar Nat “King” Cole (1919 – 1965). Fora isso, Cauby resume em poucas palavras seus planos para o futuro. “Trabalhar, cantar e fazer shows. Sem cansar”.

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P.S.: Ao longo de sua longa carreira, Cauby já prestou outros tributos. Seguem aqui quatro deles:

> Cauby interpreta Roberto (2009) – Produzido por Thiago Marques Luiz, o disco apresenta Cauby em ótima forma cantando músicas de Roberto e Erasmo Carlos.
> Meu coração é um pandeiro (2000) – com uma capa elegante e participação de Chico Buarque, Ivone Lara e Martinho da Vila, Cauby faz um disco todo dedicado ao samba.
> Cauby canta as Mulheres (1999) – Cauby aqui seleciona 12 músicas cujos títulos são nomes de mulheres. Entre eles, Tetê, Carolina e Dindi.
> Cauby Canta Sinatra (1995) – Com orquestra e um punhado de participações, Cauby faz um bom disco produzido por José Maurício Machline.
> Quando os Peixoto se encontram (1957) – O tributo aqui é à família musical de Cauby. Como o título sugere, o disco é um encontro dos irmãos Cauby, Araken, Moacyr e Adyara. Raridade.

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Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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