Acuado pela bagunça do Carnaval do Rio de Janeiro, o músico Danilo Caymmi conversou por telefone com o DISCOGRAFIA sobre sua expectativa pela vinda a Fortaleza. Lançando o disco Alvear, ele vem fazer duas apresentações dentro da programação do Festival de Jazz & Blues. Acompanhe.

DISCOGRAFIA – Como vão ser esses dois shows em Fortaleza?

Danilo Caymmi – É o primeiro show com banda no Nordeste para o lançamento do meu novo CD. Sou sempre tratado com carinho por aí e fiz questão de fazer o show completo. Talvez o show pocket (dia 24) seja um repertório mais interativo, com as pessoas participando, cantando junto. Já o do anfiteatro (26) será com músicas novas e sucessos. Estarei com músicos que eu escolhi pra tocar no disco e pra turnê. O Zé Luiz Maia (baixo), Flávio Mendes (violão), Carlos Pontual (guitarra), João Carlos Coutinho (teclados) e Ricardo costa (bateria).

DISCOGRAFIA – Como tem sido a repercussão desse novo disco, Alvear?

Danilo – Já tem gente considerando um dos melhores do ano passado. Ta tendo uma performance muito boa. Eu busquei uma sonoridade mais contemporânea. É um disco não se pode caracterizar como samba, bossa ou outra coisa. Ele tem “entressons” brasileiros, o Brasil está orbitando, mas não tem nada de ritmo exatamente definidos. É um divisor de água, feito completamente livre. Um disco artístico, ousado. Ta chegando nas pessoas.

DISCOGRAFIA – Você está vindo para um festival de jazz. Qual a influência desse estilo na sua produção musical?

Danilo – É total. Já começa dos discos que meu pai trazia da casa de amigos. A Nana (Caymmi) também tem uma influência muito grande da Sarah Vaughan. Todo mundo lá em casa ouviu muito, principalmente eu e o Dori (Caymmi). Eu até fui assistir o Louis Armstrong no Teatro Municipal com o meu pai.

DISCOGRAFIA – Em 2009 você esteve em Fortaleza apresentando sua filha Alice, iniciante da carreira de cantora. Como anda o trabalho dela?

Danilo – O maior público dela ainda é ai em Fortaleza. Agora ela ta gravando um disco, como cantora e compositora. No meu novo disco tem duas letras dela. Uma delas, Arabesco, ficou muito bom e é uma das letras mais elogiadas do disco. Tem muita gente que pergunta “cadê a Alice?”. E eu fico dizendo, “espera” (em tom misterioso).

DISCOGRAFIA – O que o público pode esperar desses shows em Fortaleza?

Danilo – Um deles vai ser mais divertimento, pra cantar junto, rir. O outro é mais pensado pra quem gosta de ouvir uma banda, arranjos, essas coisas. Até aluguei um estúdio pra ensaiar aí e ficar tudo na ponta dos cascos. Estou muito feliz de me apresentar aí.

Programação completa do Festival:

> Teatro do Shopping Via Sul

24/02 (21h) – Gadi Lehavi Trio (Israel) convida Ravi Coltrane (EUA)

25/02 (21h) – Omar Puente (Cuba)

> CUCA Che Guevara

24/02 (19h30) – Danilo Caymmi e Flávio Mendes (RJ)

> Anfiteatro Flávio Ponte (Volta da Jurema)

26/02 (18h) – Cainã Cavalcante (CE) e Danilo Caymmi (RJ)

> Teatro São João (Sobral)

25/02 (21h) – Gadi Lehavi Trio (Israel) convida Ravi Coltrane (EUA)

> Escola de Música de Sobral (Sobral)

23 e 24/02 (08h às 18h) – Oficina de Sensibilização Musical

About the Author

Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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