capa-LivroNoel-FINAL3-splash.inddLançada pela editora Sonora, a biografia No tempo de Noel Rosa traz revelações curiosas sobre um dos mais preciosos artigos musicais do Brasil. Compositor de sambas, choros e marchas carnavalescas, Noel Rosa (1910 – 1937) foi também um boêmio incorrigível que se dedicou a transpor para o instrumento as histórias que vivia. Escrita por Almirante, amigo do Bando dos Tangarás, a biografia conta algumas dessas histórias cheias de humor, drama e casos mal resolvidos. Acompanhe a seleção de algumas dessas histórias:

– Em 1923, Almirante ganhou um rolo de filme sobre o bicho-da-seda e procurou alguém que lhe vendesse um projetor. Seu irmão lhe indicou um amigo do colégio, que foi visita-lo num domingo com o aparelho embaixo do braço. Era Noel Rosa, que cobrou a “fortuna” 20 mil contos impossibilitando a negociação. No entanto, ali os amigos se conheceram.

– Seguindo uma vocação da família, Noel chegou a cursar alguns meses de medicina. No entanto, cada vez mais a música lhe tirava da vida acadêmica. “Os que vislumbrassem seus cadernos de apontamentos de aulas observariam que nos maços de papeis havia invariavelmente letras de sambas”.

– Por conta das madrugadas de boêmia, Noel Rosa costumava perder compromissos de trabalho por que perdia a hora na cama. Além disso, seu sono era tão profundo que nem um trator na porta do quarto era capaz de acordá-lo.

Noel-Foto-01– Um dos clássicos de Noel, G” foi composta em homenagem a Manuel Barreiros, que estava apaixonado por uma moça. Vendo o problema na fala do amigo, Noel escreveu o samba. Na gravação original, Luís Barbosa marcou o ritmo batendo um lápis nos dentes.

– O samba-canção Três apitos foi feito para Josefina, um dos amores de Noel. Ao saber que ela estava envergonhada para assumir que trabalhava numa fábrica de botões, o compositor lhe fez a homenagem, achando que ela trabalhava numa fábrica de tecidos.

Feitio de oração foi uma homenagem de Noel para Júlia Bernardes, dançarina do extinto Cabaré Flórida. Por conta do problema dela com bebidas, Noel também lhe dedicou Vai para casa depressa.

– Certa vez Noel Rosa viu Paula, um ex-amor, aguardando o bonde acompanhada de seus vários irmãos. Ao perceber que ela não teria dinheiro pra pagar todas as passagens, foi até um ponto de encontro de compositores, vendeu um de seus sambas (composto naquela hora) e entregou o dinheiro para ela.

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Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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