mayra-andrade-lovely-difficultO ponto que mais se destaca em Lovely difficult (Sony Music), quarto disco da cubana Mayra Andrade é sua sedutora, econômica e bem colocada voz. Os toques sutis parecem ter sido feitos para cantar standards do jazz, à moda Cole Porter ou irmãos Gershwin. Mas é no pop que ela se espelha para fazer as 13 faixas deste novo disco em sete anos de carreira. Mas aqui é preciso entender o pop como uma proposta, não como um estilo de som. Nada de sintetizadores, baladas açucaradas ou notável “música de trabalho”. Com letras em francês, português, inglês e crioulo, a artista, que passou boa parte da vida cruzando continentes com a família, mostra em Lovely difficult uma mapa de ritmos, sons e culturas. A produção de Mike “Prince Fatty” Pelanconi (Lilly Allen e Grahan Coxon) une esse trajeto deixando que a própria Mayra se sobressaia. Em alguns momentos, como em Ilha de Santiago, é possível lembrar uma saudosa Cesária Évora. Já em 96 days, é uma melancólica Billie Holliday que é convidada a inspirar. No entanto, bem longe de parecer uma colagem de inspirações, Mayra Andrade mostra em Lovely Difficult que sabe usar a sedução da sua voz.

Veja as faixas de Lovely difficult:

1. Ténpu Ki Bai (Mayra Andrade)
2. We used to call it love (Mayra Andrade/ Pascal Danaë)
3. Built it up (Krystle Warren)
4. Ilha de Santiago (Mário Lúcio)
5. Le jour se lève (Yann Walcker/ Yaël Naïm)
6. A-Mi N Kre-U Txeu (Mayra Andrade)
7. Rosa (Mayra Andrade/ Munir Hossn)
8. 96 days (Hugh Coltman)
9. Le mots d’amour (Tété)
10. Trés mininu (Mayra Andrade/ Piers Faccini)
11. Téra lonji (Mayra Andrade/ Pascal Danaë)
12. Simplement (Benjamin Biolay)
13. Meu farol (Mayra Andrade/ Munir Hossn)

About the Author

Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

View All Articles