O curioso é que nessa história que já conta 36 anos, Zizi Possi nunca lançou um registro ao vivo de sua obra. Ou, pelo menos, não um que revise sua história. Dos seus dois discos ao vivo, o primeiro, Para inglês ver e ouvir, é uma seleção de canções internacionais que nunca fez parte do seu repertório e, a julgar pelo que veio em seguida, nunca vai voltar para ele. O segundo disco ao vivo saiu agora, mais uma vez pela Eldorado. Com míseras 11 faixas, Tudo se transformou decepciona pela economia da produção. Sim, a voz da intérprete continua um diamante inquebrantável de afinação impecável. Mas tão poucas faixas só dão a impressão de que se trata de um alento para o mercado e não um produto à altura de sua autora.
Até mesmo o disco físico é feio. A capa de tons vermelhos de Tudo se transformou diz muito pouco sobre seu conteúdo. O encarte, sem uma fotinha sequer, reforça a frieza do disco que começa e acaba sem causar uma emoção a mais. Nove anos separam Tudo se transformou do seu antecessor, justamente o tal Para inglês ouvir. Tanto tempo deu fome nos fãs, que permaneceram à míngua de boca aberta. Numa entrevista realizada em 2013, Zizi Possi me revelou a ideia de gravar um disco ao vivo, que seria duplo e, pela primeira vez, resumiria seus muitos sucessos num único pacote. Mas, perdão pelo trocadilho, tudo se transformou num disquinho minchuruca, pálido e pobre. Que outro para apagar sua má impressão.
Veja as faixas de Tudo se transformou:
1. Filho de Santa Maria
2. Disparada
3. Contrato de separação
4. Explode coração
5. Tudo se transformou
6. Morena dos olhos d’água
7. Cacos de amor
8. Meu mundo e nada mais
9. No vento
10. Porta estandarte
11. Sem você