Em 19 de agosto de 2014, um centenário passou completamente despercebido pelo grande público. Naquele dia, deveria ter sido lembrada a alma irreverente de Aracy De Almeida, figura que entrou para imaginário nacional como uma das juradas do programa Silvio Santos. No entanto, antes de ser aquela figura rabugenta que dava nota baixa para todo mundo, a carioca foi uma das cantoras mais interessantes do rádio brasileiro, responsável por dar voz à obra preciosa de Noel Rosa.
Entre as poucas homenagens que Aracy recebeu pelos seus 100 anos de nascimento, está o livro Aracy de Almeida – Não tem tradução, lançado em tempo pela Editora Veneta. Escrito por Eduardo Logullo, o trabalho não é mais que uma compilação de dezenas de entrevistas dadas para periódicos cariocas e paulistanos, principalmente, ao longo de muitos anos. Há também depoimentos inéditos e trechos de livros escritos sobre a mulher que ficou conhecida como “dama da Central”.
Por ser o único livro sobre Aracy, Não tem tradução tem sua importância garantida nas bibliotecas dedicadas à música. Para além disso, trata-se de um livrou frouxo que vai pouco além do que já é conhecido sobre a artista que abandonou a carreira de cantora por que quis e pronto. Muitas histórias e fontes se repetem, e as imagens deixam a desejar. Ainda assim, é uma leitura obrigatória sobre uma personagem demasiado brasileira que partiu em 1988, deixando um público curioso por saber de fato quem era ela.
Aracy de Almeida, recordo-me dela quando criança, assistindo ao programa Silvio Santos, (juntamente com minha avó, a qual não perdia por nada, todo santo domingo o Señor Abravanel) no show de calouros, mas confesso que naquela época, na mais tenra idade, nem sabia que Dona Aracy de Almeida era cantora. Soube deste feito há algum tempo….