Está no DNA de Arnaldo Antunes a vontade de testar limites e fazer tudo ao mesmo tempo quando o assunto é arte. Nos tempos de Titãs, ele era o responsável tanto por canções pop como Não Vou me Adaptar e Televisão como por experimentações concretistas do tipo O Que e Todo Mundo quer Amor. Quem lembra das performances do octeto paulistano, também deve saber que Arnaldo cuidava dos próprios figurinos, cortes de cabelo e das coreografias robóticas.
Depois de 24 anos de uma muito bem sucedida carreira solo, o compositor, cantor, escritor, poeta e artista plástico segue sem querer colocar barreiras para cada uma dessas funções que exerce. E Fortaleza vai poder conhecer melhor esse caleidoscópio produtivo a partir de hoje, na Caixa Cultural. A mostra Palavra em Movimento traz, pela primeira vez ao Ceará, as obras visuais do paulistano de 57 anos. São colagens, vídeos, instalações, objetos poéticos, cartazes e outras peças que cobrem 30 anos dessa produção. Na sexta-
Além do visual, Arnaldo também traz o show A Casa é Sua. Em formato intimista, ele divide o palco com Chico Salem (violão e guitarra) e André Lima (teclados e sanfona) para apresentar canções que vêm desde os Titãs, passa pela carreira solo e chega a projetos coletivos como Pequeno Cidadão e os Tribalistas. “É sempre uma alternativa que eu tenho esse show mais enxuto. É gostoso, me sinto muito à vontade. Acho que meu repertório tem essa abrangência. Mesmo nos Titãs tinha uma influência de música popular”, diz o artista que, já desde menino, misturava Janis Joplin e Jimi Hendrix com Milton Nascimento e Vinicius de Moraes entre seus preferidos. “Aí fui acompanhando coisas que iam surgindo, como Jards Macalé, Tim Maia… Quando mais velho, comecei a me interessar pela MPB mais antiga de Lamartine Babo, Nelson Cavaquinho. Essas coisas sempre foram muito misturadas, tinha os ouvidos muito livres”, completa.
E esse menino foi crescendo e experimentando a arte de diversas formas. Aos 15 anos, já se metia fazer filme, escrever e compor. Quando os Titãs nascem em 1982, ele já tinha um trabalho volumoso em diversas linguagens. “Essa é uma retrospectiva de pelo menos 30 anos de trabalho, de 1981 até o ano passado”, explica sobre as obras que chegam a
Mas, se a música pode trazer mais público para a exposição, as obras de arte podem levantar outras discussões que a música que não têm alcançado nos últimos anos. É o caso da exposição Queermuseum e da performance do ator Wagner Schwartz no Museu de
Serviço:
Mostra Palavra em Movimento
Quando: de hoje, 19, a 22 de dezembro. Visitação de terça a sábado, das 10h às 20h; e domingos, das 12h às 19h
Onde: Caixa Cultural
Aberto ao público
Show Arnaldo Antunes – A Casa é Sua
Quando: de hoje, 19, a sábado, 21, às 20h, e domingo, 22, às 19h
Onde: Caixa Cultural (Av. Pessoa Anta, 287 – Praia de Iracema)
Quanto: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
Telefone: 3453 2770
Performance poética
Quando: sexta, 20, às 16h30min
Onde: Teatro Celina Queiroz (Av. Washington Soares, 1321 – Edson Queiroz)
Acesso mediante inscrição prévia
Telefone: 3477 3033