Produzido por Marcio Arantes, o EP de três faixas é foi lançado no final de abril e é o primeiro dos quatros que vão render o quinto disco da discografia oficial de Mariana Aydar. O novo projeto da cantora e compositora paulistana é uma imersão no mundo do forró, mas atravessado pelo filtro do pop, dos ritmos latinos, do frevo e da música eletrônica. É o que mostra as programações que abrem Se Pendura, faixa que ela define como “empoderada”. Na contramão das muitas composições do universo do forró falando sobre farra, bebida e ofensivas às mulheres, mariana quer entrar nesse universo com outro olhar. “É um dos meus objetivos. Não tenho a pretensão de virar esse jogo, mas de colocar uma peça nesse quebra-cabeça, que a mulher seja retratada de um outro lugar. Tem muita música do forró antigo que deveria ser proibida, que não dá mais pra cantar em 2019”.
A faixa que dá nome ao EP Veia Nordestina já abre como uma carta de intenções: “Na veia nordestina eu tenho a minha visão. Carrego emprestada a força do sertão”. “É o meu retorno a esse local que é tão confortável, ao povo nordestino que tanto me ensina a viver. Eu nunca tinha feito um disco todo dedicado ao forró”, comenta Mariana por telefone, acrescentando que o projeto se estende numa série de minidocs dirigidos por Dellani Lima e Joaquim Castro, abordando diferentes aspectos da história do forró. O primeiro episódio, previsto ainda para este mês, fala sobre a chegada do ritmo a São Paulo e como Mariana se aproximou dele.
Filha de da produtora Bia Aydar e do músico Mário Manga, da lendária banda Premeditando o Breque, Mariana viveu cercada pelos amigos, clientes e sons dos pais. Entre eles, um a impressionou em especial, tanto pelo som quanto pela figura: Luiz Gonzaga. “O conheci com 6 anos. Por olhar aquela figura, fui
Com 15 anos de carreira, Mariana Aydar estreou com uma carreira muito ligada ao samba recebendo as bênçãos de gente como Leci Brandão e Beth Carvalho. “A Beth foi muito generosa comigo. Quando eu comecei a cantar samba, ela logo me abraçou”, lembra a cantora que, sempre reservou algumas faixas dos seus discos para xotes e forrós. “O samba é a matriz da música brasileira e eu amo música brasileira. E o samba é primo do forró. Era muito fácil cantar samba porque eu já tinha essa proximidade com o forró. A gente sempre pensa que o samba é muito feliz, mas ele é triste nas letras. O forró também tem isso”, analisa a artista que até se aventurou no cinema ao co-dirigir o documentário Dominguinhos (2014). “Dominguinhos é minha paixão. Ele foi muito importante na minha vida pessoal e profissional. Foi o cara mais iluminado que eu já conheci musicalmente. Uma das pessoas mais humildes, sábias”.