Em 1990, Leo Jaime lançou o disco Sexo, Drops & Rock’N’Roll. A faixa que mais chamou atenção foi Eu vou comer a Madonna, mas teve outra que chegou a tocar em rádio: Mina, de Cazuza, George Israel e Nilo Romero.

Mais de 30 anos depois, um registro inédito de Mina, com Cazuza cantando, está sendo lançado nas plataformas digitais. A faixa ia entrar originalmente no disco Só se for a dois (1987), mas ficou de fora. No entanto, a voz de Cazuza foi gravada, guardada e, agora, retrabalhada com instrumental e tudo.

A faixa, que já ganhou um clipe animado por Humberto Barros, conta com Rogério Meanda (guitarra), João Rebouças (teclados), Lourenço Monteiro (bateria) e Marcos Suzano (percussão). Rogério, Nilo e João participaram do registro original, em 1987, assim como o coro formado por Solange Rosa, Eveline Hecker e Paulinho Soledade.

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O parceiro George Israel também fez sua versão de Mina, em 2010, no disco 13 parcerias com Cazuza. “Tem algo da crônica do Jagger, do Dylan, do Lou Reed… Ele ia mais nessa de desnudar as pessoas, na linha Honky tonk women, essas coisas da night. Mesmo em canções lindas como Codinome beija-flor tem um tracinho disso. O mais legal é que ele conseguiu fazer isso de uma maneira muito popular. Dentro do hit tem toda a profundidade social da observação das pessoas”, avalia Israel sobre o trabalho do parceiro.

Nilo Romero, em material enviado à imprensa, conta de sua relação com Cazuza. “Eu e George tínhamos uma mesinha de quatro canais, que gravava em fita cassete, e vivíamos fazendo músicas, gravando ali e dando as fitas pro Cazuza. Ele era uma usina de fazer letra. Quando ele ouvia já cantava alguma coisa na hora, levava a fita e no dia seguinte trazia a letra pronta. Podia mexer depois, mas nunca sofria pra fazer, era muito solto. E segue citando como surgiu Mina: “Saímos pra comer uma pizza e a determinada altura apareceu um cara querendo mandar numa das meninas que estava ali. ‘Esse aí me viu crescer e acha que é meu dono’, ela disse. Lá pelas tantas, o cara pegou uma faca, Cazuza defendeu todo mundo, jogou uma mesa nele, o segurança chegou… Um tempo depois, veio Mina“.

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Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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