O que você pensa ao estacionar seu carro num sinal e ver uma criança ou adolescente vendendo bombons, casinhas de madeira, flanelas ou qualquer outro produto? E os inúmeros vendedores de CDs e DVDs piratas que você provavelmente encontra pelos bares e restaurantes à noite? E os que cortam cana de açúcar, aram a terra, lavam pratos e carros? Pois é, você NÃO deve pensar que aquela prática é uma forma de… TRABALHO INFANTIL!

O Brasil é o terceiro país da America Latina com maior número de crianças e adolescentes trabalhando, segundo o UNICEF. E o Ceará é o quarto estado brasileiro em quantidade de meninos e meninas ocupando funções incompatíveis com sua idade e prejudiciais ao seu desenvolvimento, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilio (Pnad).

trabalho-n-trabalhaQuantos estão deixando de estudar, de brincar de fazer as descobertas próprias da infância para uma função adulta? O trabalho infantil e adolescente é um problema sério, que pode trazer conseqüências físicas, emocionais e educacionais para uma sociedade inteira. Cada vez mais cenas de trabalho infantil estão fazendo parte de nossa realidade.

Essa aceitação do trabalho infantil foi fundada ainda no Brasil Colônia, quando as crianças descendentes de negros e índios eram obrigados a incrementar a mão-de-obra das fazendas, e vem sendo reforçada na atualidade sob o argumento de que a ocupação contribui na maturidade da pessoa e no distanciamento da delinqüência. Mas engraçado que isso só vale para o filho do outro. O nosso tem que ir pra escola, pra aula de balé, inglês, natação e reforço.

O fim do trabalho infantil e adolescente deve envolver um esforço da sociedade e do poder público, e a imprensa tem um papel importante de verificar se as ações estão acontecendo para essa erradicação.Em 2007, o Brasil assumiu o compromisso de erradicar as piores formas de trabalho infantil até 2015.

Mas isso é uma questão de mudança de postura, de pensamento e de ação. Tá hora de agirmos! Não basta, portanto, falar do problema sem falar das ações, ou da ausência delas, para combater essa crueldade. Definitivamente, criança não trabalha!

s-brincar

Tagged in:

,

About the Author

Valeska Andrade

Formada em História pela Universidade Federal do Ceará e em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará. Especialista em Cultura Brasileira e Arte Educação. Coordenou o Programa O POVO na Educação até agosto de 2010. Pesquisadora e orientadora do POVO na Educação de 2003 a 2010, desenvolveu, entre outras atividades, a leitura crítica e a educomunicação nas salas de aula, utilizando o jornal como principal ferramenta pedagógica. Atualmente, é professora de história da rede estadual de ensino. Pesquisadora do Maracatu Cearense e das práticas educacionais inovadoras. Sempre curiosa!!!

View All Articles