Desde 2002, a Organização Internacional do Trabalho escolheu 12 de junho
como o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, data em que foi lido
relatório sobre o tema na Conferência do Trabalho que ocorre anualmente em Genebra (Suíça).

No Brasil, a data foi decretada como o Dia Nacional de
Combate ao Trabalho Infantil pela lei 11.542 de 2007, sancionada pelo
presidente Lula.

Existem no mundo cerca de 350 milhões de crianças entre cinco e 17 anos envolvidas em alguma atividade econômica, sendo 250 milhões submetidas a condições de exploração, o que equivale a uma criança em cada seis.

Fonte: Organização Internacional do Trabalho (OIT) e Programa Internacional de Eliminação do Trabalho Infantil (Ipec) – Ano: 2002.

1206De acordo com o IBGE, no Brasil, há 5,1 milhões de crianças e adolescentes. Destes, 273 mil sofreram acidentes ou doenças causadas pelo trabalho, e 37% tiveram mais de uma lesão. E os ferimentos e doenças têm gravidade: 47,4% dos atingidos precisaram de atendimento médico. 28,6% das crianças e adolescentes que trabalham no Brasil cumprem 40 horas ou mais por semana.

O Pnad de 2007 traz um dado ainda mais assustador: o Ceará tem 330 mil crianças em situação de trabalho, ou seja, 15% da população na faixa de cinco a 17 anos. É o quarto estado em número de meninas e meninos trabalhando, atrás do Piauí (17,4%), Maranhão (17,1%) e Tocantins (15,3%).

O que leva uma criança ao trabalho pode ser também um sistema educacional deficiente e desestimulante. Mais do que nunca, é nosso dever repensar a escola, o currículo, as práticas educacionais e sociais para modificarmos essa realidade.

Devemos lembrar que hoje é um dia de luta, de combate, para colocar em prática na mídia, na agenda da escola e das autoridades esse compromisso de tirar essas crianças das ruas, das drogas, do trabalho, da exploração sexual e dos vícios em geral para colocá-las de fato, onde deveriam estar: na escola.  

About the Author

Valeska Andrade

Formada em História pela Universidade Federal do Ceará e em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará. Especialista em Cultura Brasileira e Arte Educação. Coordenou o Programa O POVO na Educação até agosto de 2010. Pesquisadora e orientadora do POVO na Educação de 2003 a 2010, desenvolveu, entre outras atividades, a leitura crítica e a educomunicação nas salas de aula, utilizando o jornal como principal ferramenta pedagógica. Atualmente, é professora de história da rede estadual de ensino. Pesquisadora do Maracatu Cearense e das práticas educacionais inovadoras. Sempre curiosa!!!

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