Especialistas concordam que a prevenção é (ainda mais em relação ao crack) praticamente a única forma de evitar que a droga se torne um problema mais à frente. O major e coordenador do Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd) de Joinville, Giovani Fachini, diz que crianças pequenas precisam receber informações de forma mais lúdica, com teatro, fantoches ou historinhas. Para Fachini, acima dos dez anos, as crianças já têm algum discernimento para papos mais sérios. “Não se pode puxar assunto durante o almoço, porque a criança não vai dar atenção. Tem que ser um momento adequado, como a chamada de uma campanha ou uma reportagem na TV”, diz.
Para abordar o tema, os pais podem perguntar o que o filho acha do assunto. Se ouvir palavras positivas ou de brincadeira, pode rebater, dizendo que não é bem assim. “Falar a verdade é essencial”, destaca. Se a criança perguntar se o pai já usou drogas, ele tem que ser sincero e falar de drogas lícitas e ilícitas. Outro ponto importante: o pai tem de pensar bem ao escolher um filme, livro ou site para abordar o tema com os filhos. “Tem situações em que o que era para ser crítica tem efeito contrário. Como em Cidade de Deus, em que o Zé Pequeno (traficante e assassino no filme) virou herói, ícone”, ressalta Ney Westrupp, facilitador de um projeto de prevenção ao uso de drogas.
Para o psicólogo Álvaro de Aguiar, além de falar, é preciso dar o exemplo. “Se os pais bebem álcool ou fumam, irão falar com que moral?”, indaga.
Fonte: A Notícia (SC)