As informações constam no relatório “Situação da Infância Brasileira 2009”, produzido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). “Sair do ensino médio é muitas vezes sair da família”, explica a representante do Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poirier.
A pressão para entrar no mercado de trabalho e ajudar em casa é grande, o que contribui para a perpetuação do ciclo da pobreza.
A maior concentração de crianças trabalhando é na região Nordeste (27,9%), porém, as regiões Norte e Sudeste também têm milhares de jovens exercendo o papel de chefes de famílias.
É comum o jovem buscar sua identidade e afirmação por meio de comportamentos que levam ao abandono da escola.
Para modificar esse tipo de história e dar tempo para a adolescência terminar a seu tempo, a escola tem um papel fundamental. Se fosse vista como investimento, seria uma opção mais interessante.
Falta adequação do conteúdo do ensino médio ao projeto de vida do adolescente, para poder competir com a noção de renda imediata”, diz Marie-Pierre, do Unicef.
Segundo ela, a escola tem deixado de ensinar habilidades que podem garantir melhores condições de vida para o jovem.