Observados e incentivados pelos pais, as crianças e adolescentes que iniciam a prática de esportes, primeiro, como parte das brincadeiras, depois com nuances de competitividade, começam a sentir o peso das competições e a pressão por bons resultados.

esportesÉ justamente nesse momento que correm um alto risco de sofrerem uma séria lesão ou mesmo agravar um problema cardíaco discreto que, muitas vezes, elas não sabem que têm. Um levantamento realizado pela equipe do cardiologista Nabil Ghorayeb, coordenador do Sport Check-up Hospital do Coração (HCor), com cerca de 700 garotos federados com idade de 14 a 18 anos de um grande clube de São Paulo, detectou que 23% deles apresentaram alterações, de origem benigna ou duvidosa no eletrocardiograma.

Além disso, foram descobertos muitos casos de sopro no coração, pressão arterial no limite, anemia e até taxas elevadas de colesterol e triglicérides, provenientes de erros alimentares.

Outro estudo com 120 garotos da mesma faixa etária, nas peneiras de futebol de quatro clubes paulistas, apontou as mesmas alterações no eletrocardiograma em 17% dos garotos. No primeiro caso, os garotos avaliados pertencem a uma classe social alta, enquanto no segundo a classe é mais baixa.

Isso revela que os problemas cardíacos independem de classe social e podem se manifestar em qualquer indivíduo. “Por isso, a realização periódica de exames clínicos é essencial”, alerta o cardiologista. A necessidade de maior força física implica em mais treinamento e, consequentemente, maior esforço para as articulações, deixando as mesmas mais propensas às lesões.

Esses traumas podem ser apenas de ligamentos, ou até mesmo fraturas e deslocamentos dramáticos da articulação. A ortopedista do Hospital do Coração, Rene Abdalla, afirma que na ânsia de alcançar os melhores resultados, nem sempre os atletas tomam os devidos cuidados com a parte física e acabam cometendo erros que podem levar a graves lesões.

A médica já atendeu, em dez anos de medicina esportiva no HCor, cerca de 500 atletas do futebol, sendo 5% desse total, jogadores profissionais. A prática esportiva fortalece o organismo e mantém as condições de vida saudável.

Porém, para ter certeza de que o exercício só trará benefício, é preciso ter em mente as principais precauções a serem tomadas para não ocorrerem lesões antes ou durante a prática do exercício.

É importante também que cada criança, mas principalmente os pais, saibam o limite de segurança do corpo, tornando assim o exercício uma forma de lazer e bem-estar para o organismo.

Fonte: O Estado do Maranhão (MA)

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Valeska Andrade

Formada em História pela Universidade Federal do Ceará e em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará. Especialista em Cultura Brasileira e Arte Educação. Coordenou o Programa O POVO na Educação até agosto de 2010. Pesquisadora e orientadora do POVO na Educação de 2003 a 2010, desenvolveu, entre outras atividades, a leitura crítica e a educomunicação nas salas de aula, utilizando o jornal como principal ferramenta pedagógica. Atualmente, é professora de história da rede estadual de ensino. Pesquisadora do Maracatu Cearense e das práticas educacionais inovadoras. Sempre curiosa!!!

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