Com dez anos de experiência no estudo do bullying no país, a doutoranda em Ciências da Educação Cleo Fante, criou o programa Educar para a Paz, implantado em diversas escolas do Brasil e de Portugal.

Como causas principais para o desenvolvimento do bullying em crianças e adolescentes, cita os modelos educativos familiares (autoritarismo, permissividade, ausência de limites, afeto e o abandono) e também fatores como a força da mídia, principalmente os programas e filmes violentos.

O bullying pode ocasionar sérios problemas, de acordo com a gravidade e do tempo de exposição aos maus-tratos. As vítimas podem ter o processo de aprendizagem comprometido, apresentar déficit de concentração, queda de rendimento escolar e desmotivação para os estudos, o que pode resultar evasão e reprovação escolar.

Para ela, as escolas devem discutir o problema com a comunidade, alertar estudantes, pais e profissionais para essa forma de violência. Mas ressalta que a prevenção é o melhor caminho e deve ser iniciada pelo conhecimento.

Fonte: Diário de Campos (PR)

bullyingEsse é um dos maiores problemas dentros das escolas hoje. E não somente nas escolas, mas na convivência social. Muitas vezes falta preparo profissional adequado para identificar e tratar os casos. A violência não pode gerar outra, ainda mais quando isso acontece entre crianças e adolescentes.

Desde o último dia 11 Fortaleza vivencia um clima de revolta e e indignação com a morte de Alanis Laurindo, cinco anos, raptada, estuprada e morta. Como será que os pais estão lidando com a questão? E as crianças? Os noticiários trazem as vozes de famílias aflitas, que estão trancando seus filhos cada vez em suas casas. Mas, e quando passa na televisão? O que os pais fazem? Deixam seus filhos expostos as notícias?

As crianças estão temerosas, amedrondadas, não sabem o por quê da reação dos pais e não entendem a situação.Uma mãe me relatou que sua filha tem perguntado se o assassino da Alanis vai morrer, se vão mesmo matá-lo e porque isso não acontece logo. Quer dizer, para acriança, a morte do acusado seria como um livramento, uma solução dos problemas, dos medos infantis. Precisamos ter muito cuidado com o diálogo, a comunicação e maneira de lidarmos como situações como essa.

Isso facilmente gera uma violência que pode ser desencadeada de diferentes formas. E não somente na escola, mas em casa, com os amigos e familiares. Se quisermos a paz, temos que semea-la. Vamos educar nossas crianças para a vida, para o mundo em sociedade. Não é trancando em casa que eles estarão mais seguros.

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Valeska Andrade

Formada em História pela Universidade Federal do Ceará e em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará. Especialista em Cultura Brasileira e Arte Educação. Coordenou o Programa O POVO na Educação até agosto de 2010. Pesquisadora e orientadora do POVO na Educação de 2003 a 2010, desenvolveu, entre outras atividades, a leitura crítica e a educomunicação nas salas de aula, utilizando o jornal como principal ferramenta pedagógica. Atualmente, é professora de história da rede estadual de ensino. Pesquisadora do Maracatu Cearense e das práticas educacionais inovadoras. Sempre curiosa!!!

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