Um fenômeno recente tem se repetido com frequência nas Varas de Família de todo o País: a busca da Justiça pelos pais, como forma de suprir a sua incapacidade de estabelecer limites e fazer seus filhos cumprirem regras.
Não têm sido raras as audiências em que alguns pais, inseguros do seu papel, comparecem na companhia dos filhos e delegam ao julgador escolhas cotidianas, numa declarada manifestação de limitação do exercício da sua autoridade.
É inegável que o ambiente contemporâneo – com divórcios em série, novos casamentos e uniões homoafetivas – alterará radicalmente o conceito dos núcleos familiares.
Atualmente, as famílias são muito mais do que as pessoas que vivem no mesmo ambiente doméstico, ligadas por identidades biológicas e econômicas. O desafio, em meio a tantas mudanças de comportamento, é saber educar corretamente os filhos.
A tentativa de transferência dessa tarefa, primeiro para a escola, depois para os terapeutas e agora para os juízes não parece ser o melhor caminho. Para a educação ser eficiente, a comunicação entre pais e filhos tem de ser clara e não se resume a uma mera troca de palavras, e sim, ao exemplo.
Fonte: O Estado de S. Paulo (SP)