Solidariedade… É uma palavra diferente.
É uma palavra que incomoda um pouco…
Incomoda porque embora seja difícil de pronunciar, é o seu verdadeiro significado que “faz mexer”…
Fundamenta-se em valores que não conseguimos quantificar por maior que seja o número em euros (ou a falta deles).
Mas o que é a Solidariedade?
O que é ser solidário?
Lanço-vos o desfio de lerem esta mensagem até ao fim. Apenas isso.
Ser Solidário, é acima de tudo, respeitar, incondicionalmente tudo o que nos rodeia…
Ser Solidário, é sentir a necessidade ínfima de partilhar…
Ser Solidário, é perceber que as diferenças só existem porque é mais fácil criar distâncias do que gerir dificuldades…
Ser Solidário, é sentir que é possível mudar, o que está errado e que para isso basta acreditar…
Ser Solidário, é querer ir mais além, é ser mais alto interiormente, é ser maior de coração…
Ser Solidário, é perceber que a alegria de dar é indiscutivelmente superior à de receber…
Ser Solidário, é estender a mão, sem olhar à cor, ao sexo, ao estatuto social (ou à falta dele) e à conta bancária (desculpem-me a ironia)…
Parece-vos utópico tudo isto?
Um romancezeco-semi-sonho com final feliz?
Não é garanto-vos!
Apenas defendo, porque acredito, que a interiorização de um sentimento desta índole, torna-nos efectivamente “pessoas melhores “…
E Solidariedade só quando é Natal?
Ou quando a Natureza “avisa” que ainda manda nisto tudo??
NÃO!!! NATAL É QUANDO UM HOMEM QUISER!!!
Sermos solidários, quando percebermos que é possível fazer alguma coisa, dizer NÃO, ao egoísmo em que todos vivemos, ao nosso fácil acomodamento, face à miséria, à solidão;
A injustiça social e a tantas mas tantas coisas mais…
É mais fácil pensar que não é connosco se algo de profundamente errado e injusto se passa ao nosso lado:
– Sabia que há pessoas a passar fome?
– Sabia que há crianças com apenas poucos meses que vivem em carros abandonados?
– Sabia que há crianças que têm como companheiros de brincadeiras, nos seus “pseudo-quartos”, muitas baratas, e até cobras?
– Sabia que há famílias como a minha e como a sua a viver em currais de porcos e outras “habitações afins”?
– Sabia que se pode morrer de solidão?
Se não sabia, ficou a saber que tudo isto é real e que se passa bem mais perto de si do que pensa… CONSEGUE, AINDA ASSIM, SENTIR-SE UMA PESSOA FELIZ???
Vivemos num mundo de quimeras adiadas, frustradas e cansadas…
Num mundo de mácula, atolado de “mentes vazias” perdidas no seu “ego”, na sua majestosa moradia, nos seus carros topo de gama…
Completamente mergulhados numa vida egocêntrica, que nos condena irreversivelmente à solidão. Acredita que podemos mudar isto?
Eu acredito, porque afinal a
DISTÂNCIA É A DE UM PASSO

About the Author

Valeska Andrade

Formada em História pela Universidade Federal do Ceará e em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará. Especialista em Cultura Brasileira e Arte Educação. Coordenou o Programa O POVO na Educação até agosto de 2010. Pesquisadora e orientadora do POVO na Educação de 2003 a 2010, desenvolveu, entre outras atividades, a leitura crítica e a educomunicação nas salas de aula, utilizando o jornal como principal ferramenta pedagógica. Atualmente, é professora de história da rede estadual de ensino. Pesquisadora do Maracatu Cearense e das práticas educacionais inovadoras. Sempre curiosa!!!

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