O bilinguismo na infância é uma experiência significativa que tem o poder de influenciar o curso e a eficiência do desenvolvimento infantil. O impacto potencial do bilinguismo no desenvolvimento da criança tem surgido como uma preocupação crítica nas sociedades modernas, e em particular no Canadá.

Além do comprometimento oficial com uma política nacional de bilinguismo e aquisição de um segundo idioma, o programa de imigração do Canadá transformou o país em uma nação rica em termos de multilinguismo e multiculturalismo.

As escolas públicas recebem um grande número de crianças para as quais o inglês ou o francês são um segundo idioma. É imperativo, portanto, compreender o impacto desses backgrounds linguísticos sobre o futuro cognitivo e educacional das crianças. A

s pesquisas mostram que, ao contrário do que muitos acreditavam, o bilinguismo não provoca confusões, não tem nenhum impacto negativo inerente sobre o desenvolvimento da criança, e tem até mesmo algumas vantagens sociocognitivas. Em especial, crianças bilíngues evidenciam algumas vantagens na compreensão de crenças dos outros e nas necessidades de comunicação de seus parceiros de conversa, na seleção de variáveis importantes para a resolução de problemas, e na consideração simultânea de duas interpretações possíveis de um mesmo estímulo.

Obtêm também escores mais altos do que crianças monolíngues em diversos testes de capacidade cognitiva, tais como flexibilidade mental, tarefas não verbais de resolução de problemas, compreensão da origem convencional de designações, diferenciação entre semelhança semântica e semelhança fonética, e capacidade de avaliar a qualidade gramatical de frases.

No entanto, é importante o contexto em que ocorre o bilinguismo ou a aprendizagem do segundo idioma. As variáveis que podem afetar os resultados do desenvolvimento bilíngue incluem as atitudes dos pais em relação ao bilinguismo, o status dos idiomas na comunidade e o contexto sociocultural em que a criança vive.

Fonte: www.ebc.com.br

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Valeska Andrade

Formada em História pela Universidade Federal do Ceará e em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará. Especialista em Cultura Brasileira e Arte Educação. Coordenou o Programa O POVO na Educação até agosto de 2010. Pesquisadora e orientadora do POVO na Educação de 2003 a 2010, desenvolveu, entre outras atividades, a leitura crítica e a educomunicação nas salas de aula, utilizando o jornal como principal ferramenta pedagógica. Atualmente, é professora de história da rede estadual de ensino. Pesquisadora do Maracatu Cearense e das práticas educacionais inovadoras. Sempre curiosa!!!

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