Ela é em sua essência a ciência do presente, vivenciada em todos os contextos da saúde e capaz de tornar melhor a qualidade de vida dos brasileiros

26/06/2010 02:00  no Jornal O POVO.

Atualizada às: 23/06/2010 21:58

Autor: Jorge Brandão

Os assuntos de grande notoriedade do momento podem ser escalados em Copa do Mundo, eleição presidencial, violência urbana e mudanças na política cearense, comprovando o dinamismo da sociedade contemporânea. Porém, um fato tem nos chamado atenção nos últimos dias, talvez influenciado pelo início da década dos anos 90, em que alcançamos êxito no vestibular em Fisioterapia. Nessa época a fisioterapia não era divulgada e poucos sabiam qual seu papel. Ainda lembro bem o retorno à minha cidade natal, o Crato, na expectativa de ser reconhecido pela conquista. Fui surpreendido, eles não conheciam a fisioterapia, só existia na região uma ou outra clínica de reabilitação e poucos tinham acesso. Lembro muito bem as perguntas rotineiramente feitas: pra qual faculdade mesmo você passou? O que um fisioterapeuta faz? Você não acha isso uma enganação? Frustração à parte. Voltei à Fortaleza e motivado pelos meus pais, mesmo eles sem saber o que era até então o que eu seria, apostaram como tantos e tantos pais apostam em seus filhos movidos pelo amor incondicional.Para minha surpresa, logo nos primeiros dias de aula, eu compreenderia essa dificuldade, era de todos e não só dos meus conterrâneos, mesmo assim, movido por uma coragem da qual não sabemos de onde e nem muito menos quais razões nos fariam continuar, vivenciamos muitas vezes o desprestigio, pelos próprios profissionais da saúde capazes de utilizarem ações ilegais na busca de obter lucros em suas clínicas, explorando estagiários. Podemos nos perguntar, mudou algo nesses dezesseis anos dedicados a fisioterapia? Afirmamos, mudou sim, hoje temos o reconhecimento da sociedade, talvez por momentos marcantes como na final da Copa de 2002 quando o fenômeno Ronaldo também desacreditado por todos, devido a lesões, cirurgias e longos períodos de tratamento, demonstrou superação e no final da conquista do Mundial, perguntado por um repórter: “Ronaldo a que se deve essa vitória? Ele respondeu: Em primeiro lugar a Deus e depois ao meu fisioterapeuta. Tínhamos naquele instante a convicção, nunca mais a fisioterapia seria a mesma. A atitude envolvida na emoção de um campeão do mundo traçaria novos rumos. Assistimos essas mudanças nessa Copa do Mundo de 2010. Não se fala em outra coisa a não ser fisioterapia esportiva. Essa ciência, muitas vezes tratada de forma complementar, protagoniza a vida de craques internacionais como Drogba, Rooney e Pirlo e não podemos deixar de citar o trabalho intenso dos fisioterapeutas da seleção brasileira, Luis Rosan e Odir de Souza, por romper com todas as circunstâncias pessimistas e levarem para Copa Luis Fabiano, Kaká e Júlio Cesar. A imprensa divulga ser essa a ciência uma das mais procuradas, visando a Copa no Brasil em 2014 e as olimpíadas em 2016. Certamente os espaços serão muito maiores e a fisioterapia tem muito mais a oferecer, melhorando a vida de outros campeões capazes de construir uma sociedade melhor, nossos trabalhadores, os mesmos responsáveis por erguer os novos estádios e transportar o mundo ao Brasil durante esses dois grandes eventos esportivos. Falou-se muito, “Fisioterapia, a profissão do futuro”. Hoje podemos constatar, ela é em sua essência a ciência do presente, vivenciada em todos os contextos da saúde e capaz de tornar melhor a qualidade de vida dos brasileiros.

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Jorge Brandão

Fisioterapeuta, Osteopata, RPGista. Diretor da clinica Fisio Vida.

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