Por: Márcia Neri
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 O nariz e a boca são os únicos órgãos visíveis do sistema respiratório. É por eles que inspiramos o oxigênio necessário à nossa sobrevivência. Ao passar pelas duas cavidades, o ar inalado faz uma viagem pelas vias respiratórias até chegar aos pulmões, estrutura esponjosa com aproximadamente 25cm de comprimento, envolvida por uma membrana denominada pleura. O pneumologista e professor de clínica médica da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB) Ricardo Martins explica que, para o corpo humano, a respiração envolve a utilização do oxigênio em quatro etapas: oferta do meio, captação e troca de elementos gasosos pelo pulmão, transporte de gases pelo coração e vasos sanguíneos, e utilização do oxigênio pela célula.

 

Os pulmões fazem a permuta de gases entre o ar inspirado e o sangue circulante, captando o oxigênio e trocando-o com o gás carbônico que circula pela corrente sanguínea. O coração e os vasos sanguíneos promovem o transporte de oxigênio para as células,e de gás carbônico para os pulmões. ´As células que captam oxigênio da corrente sanguínea, por sua vez, utilizam esse elemento junto com a glicose para a produção de energia, e eliminam o gás carbônico para a corrente sanguínea`, detalha o médico, que também atua no corpo clínico do Hospital Anchieta.

Para garantir essa troca entre oxigênio e dióxido de carbono, chegam e saem dos pulmões de 6 a 10 litros de ar por minuto. Algo em torno de 0,3 litro de oxigênio são transferidos dos alvéolos para o sangue no mesmo período. As perturbações que afetam os pulmões e as vias respiratórias são denominadas doenças pulmonares. Entre os sintomas mais frequentes dessas mazelas, estão a tosse, a falta de ar, o sibilo ou chiado, a expectoração com sangue, em alguns casos; a coloração azulada na pele devido à falta de oxigênio na corrente sanguínea e a dor torácica.

Os principais problemas desencadeadores dos males pulmonares, de acordo com o pneumologista, são a qualidade do ar que respiramos, a agressão gerada pelo hábito de fumar, o ataque de micro-organismos, como vírus, bactérias, fungos e protozoários, as alergias e as doenças cancerígenas. Prevenir algumas doenças é perfeitamente possível. ´Todos somos responsáveis por melhorar a qualidade do ar que respiramos, reduzindo o desmatamento, replantando árvores e não permitindo a poluição dos mares, dos rios e do ar. É fundamental também abolir o tabagismo e praticar exercícios físicos para respirar melhor`, alerta o médico.

Quando a doença chega, porém, além dos recursos terapêuticos e as intervenções para remediá-la, se faz necessário reabilitar o sistema respiratório, trabalho executado por terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas. Em indivíduos que apresentam males como a doença pulmonar obstrutiva crônica, por exemplo, é possível propor exercícios que preparem o órgão para uma eventual cirurgia. A fisioterapeuta da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia Lara Maris Nápolis observa que esses pacientes são vulneráveis a complicações no meio do procedimento, ea fisioterapia otimiza a condição respiratória antes da intervenção. A fisioterapeuta lembra que, em alguns casos, o pulmão pode até fechar, fazendo-se necessário o uso de equipamentos e a prática de exercícios respiratórios específicos para que o paciente aumente o volume de ar nas áreas colapsadas. A reabilitação é destinada principalmente a pacientes com fibrose pulmonar, bronquite ou enfisema, doenças que comprometem seriamente a qualidade de vida porque minam a resistência da pessoa. Os exercícios físicos são importantíssimos nesse processo.

Fonte: Diário do Pernanbuco.

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Jorge Brandão

Fisioterapeuta, Osteopata, RPGista. Diretor da clinica Fisio Vida.

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