A ANS (Agência Nacional de Saúde) proibiu ontem que planos de saúde bonifiquem médicos que pedem menos exames a seus pacientes. A prática, conhecida como “consulta bonificada” ou “pagamento por performance”, tem sido denunciada pelos médicos dos convênios. Ela funciona assim: o plano faz um contrato para que o médico peça menos exames. Em troca, eles recebem no final do mês um preço melhor pela consulta ou até bonificação em dinheiro. “A prática é antiética. É uma tentativa de tentar obrigar o médico a não pedir exames. Sempre que se tentar vincular o ganho médico com o lucro que ele dá para a empresa [de convênio], é péssimo para o paciente”, afirma Florisval Meinão, diretor da AMB (Associação Médica Brasileira). Conselhos de medicina já proíbem a prática, diz ele. Mas agora, com a súmula da ANS publicada ontem no “Diário Oficial”, as empresas que aderirem à prática serão punidas com advertência ou multa de até R$ 35 mil. Na decisão, a agência considerou que “os exames diagnósticos complementares têm por objetivo proporcionar o adequado diagnóstico de patologias e orientar o tratamento dos pacientes”. Mas uma pesquisa do Datafolha encomendada pela APM (Associação Paulista de Medicina) mostrou, no final de 2010, que 80% dos médicos entrevistados diziam que todos, quase todos ou a maioria dos planos interferem na autonomia do médico. Limitar o número de exames ou procedimentos foi uma das interferências mais comuns descritas. LIMITAÇÃO VELADA A súmula da ANS, apesar de bem-vinda, não resolverá totalmente o problema, diz Meinão. Para ele, muitas operadoras fazem essa limitação de forma velada. “Um jeito que as empresas usam de pressionar é telefonar para o médico dizendo que ele está exagerando nos exames e não está sendo bom parceiro. Tem médico que acaba descredenciado porque continua solicitando o mesmo número de exames”, afirma ele. A FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), que representa 15 dos maiores grupos de operadoras privadas de assistência à saúde, informou em nota que suas afiliadas “desconhecem a prática de inibir procedimentos médicos [como consultas] que está sendo objeto da súmula da ANS”. No país, há 1.044 operadores de plano de saúde, com 45,6 milhões de clientes. |
Fonte: Folha de São Paulo.
Simplesmente um absurdo, sem os exames seria impossivel de se obter o correto diagnostico dos pacientes. Isso não se pode aceitar, apesar do baixo preço que pagam ainda não querem deixar os profissionais fazerem seu trabalho de uma forma digna.
Um misto de falta de ética com abuso!
A proibição deveria incluir multas aos profissionais que aceitam e aos planos…