A Unopar pretende aumentar o grupo de tai chi chuan para cadeirantes. Interessados devem procurar a instituição

Dona Irene Esteves Ferreira tem 67 anos. Há 12 freqüenta a Clinica de Fisioterapia da Unopar. Está ali porque, um dia, subiu em uma goiabeira. “Queria aquela goiaba mais bonita, lá em cima”, conta. “Mas o galho quebrou, cai de costas”. Com o acidente, perdeu os movimentos da cintura para baixo.

Mas ela não se abateu. Com muita determinação e disciplina, passou a freqüentar a Clínica da Unopar, onde além da fisioterapia também participa do grupo de Tai Chi Chuan para Cadeirantes. “Hoje sinto as pernas, mexo as pernas.”, comemora, completando que já fica de pé com o auxílio dos aparelhos da clínica e está treinando para mudar o passo usando uma tala.

“Tudo o que eu consegui foi na Unopar. As estagiárias dão tudo para nós. A cada vitória que conseguia, todo mundo me aplaudia. Amo a professora Viviane, ela é a nossa esperança de vida”, agradece, referindo-se às alunas do curso de Fisioterapia e à professora Viviane de Souza Pinho Costa, responsável pelo setor de fisioterapia neurofuncional adulto da Clínica.

Animada, ela também elogia as aulas de Tai Chi com o professor Mário Molari. “Não falto nunca, vou continuar até quando não puder mais. Me sinto muito bem quando faço o tai chi”, afirma, com convicção. Ela conta que tinha dores e não conseguia nem erguer os braços. Hoje, faz questão de mostrar os movimentos e o “muque” nos braços fortalecidos. “Agora mexo os braços totalmente, tenho força para fazer coisas como se estivesse de pé e tenho equilíbrio. Faço coisas que gente mais nova não faz. Consegui tudo isso aqui”, afirma. “Melhorei 100%. O tai chi ajuda muito as pessoas de idade”, completa.

Mário quer aumentar o grupo de tai chi. Ele conta há vagas para homens e mulheres de qualquer idade. “Londrina tem poucos lugares que oferecem atividades físicas para cadeirantes e esta é uma excelente oportunidade para que eles se exercitem e socializem”, acrescenta.

Prática milenar era usada por samurais

O Tai Chi Chuan é a primeira arte marcial surgida na China. Ela era adotada como prática médica para trabalhar a concentração e a respiração e começou a ser usada por samurais antes das lutas. Atualmente ela aparece também no esporte, servindo de suporte para outras atividades como basquete e vôlei, por exemplo.

Formado em lutas marciais, o professor Mário percebeu que o tai chi poderia ser usado por cadeirantes. “Em vez das pernas eles usam a cadeira de rodas para se movimentar. Os exercícios são os mesmos e trazem muitos benefícios”, garante o professor, que também tem um grupo de Karatê para Síndrome de Down.

Entre as melhorias proporcionadas pelo tai chi, segundo Mario, estão a flexibilidade, a concentração, o desenvolvimento da força muscular, equilíbrio na respiração, relaxamento e coordenação motora. “Por causa de tudo isso, os pacientes que praticam o tai chi melhoram sua capacidade funcional, ou seja, se tornam mais independentes. Como eles não têm movimentos nas pernas precisam muito das mãos e braços e os exercícios ajudam as articulações das mãos e o movimento dos punhos. A gente percebe que com o tempo os cadeirantes vão ficando mais seguros de si e ganham auto-estima”, conclui.

As aulas de Tai Chi Chuan para Cadeirantes fazem parte de um projeto de extensão permanente iniciado há sete anos e acontecem uma vez por semana, todas as quartas-feiras das 11h às 12h na Clínica de Fisioterapia da Unopar. Mais informações pelo telefone 3371- 7816 (com assessoria de imprensa UNOPAR).

About the Author

Jorge Brandão

Fisioterapeuta, Osteopata, RPGista. Diretor da clinica Fisio Vida.

View All Articles