Ontem me chamou atenção o desabafo temeroso quanto ao futuro da nossa profissão, escrito por um colega fisioterapeuta no facebook, por quem tenho grande admiração e respeito. Hoje logo cedo da manhã também fui surpreendido por outro colega muito bem sucedido profissionalmente com a seguinte frase, na mesma rede social: “Fico muito angustiado por ler tantos textos negativos e desmotivadores da profissão”. Em nosso Blog Fisioterapia e Saúde, no portal do jornal O POVO de grande veiculação, temos dezenas de comentários que vão de desesperadores e desenganados aos mais cruéis absurdos sobre a Fisioterapia, me vejo na situação de aprovar todos os comentários, o espaço é publico e todas as ideias ou opiniões devem ser aceitas, desde que respeitosas. Relatei aos dois colegas citados acima: Sou extremamente feliz por ser Fisioterapeuta.
Posso garantir a todos, tenho uma exaustiva carga horária de trabalho e me sinto extremamente gratificado, esse é um sinal de credibilidade, moro em uma cidade de trânsito caótico e assim mesmo, dezenas de pessoas enfrentam esse que é apenas um dos obstáculos na busca do nosso serviço, nosso trabalho, do nosso cuidar profissional e só temos a agradecer por isso. Mas não temos a menor dúvida quanto às angustias sentidas pelos colegas e suas reais consequências. Houve mudanças sim, algumas negativas, exemplo disso: a proliferação das faculdades de fisioterapia, basta ter grana para pagar o ensino superior e o cidadão entra na faculdade, temos de lembrar, essa é uma realidade de todas as profissões, bem como a busca insistente de encurtar caminhos na conquista de um espaço no mercado de trabalho, faz parte dos valores de uma sociedade angustiada pelo TER e absolutamente abandonada pela consistência cultural e filosófica do SER.
Nunca na história desse país se falou tanto em políticas publicas de saúde, nunca na história das políticas publicas de saúde se falou tanto em Fisioterapia, temos que encarar como conquista, vejo, assisto e ainda publico frequentemente em nosso blog, matérias relacionadas , temos até depoimento do próprio ministro da saúde na abertura do congresso brasileiro de fisioterapia, falando do papel social exercido e essencial do fisioterapeuta junto a sociedade , algo inédito, é ainda muito pouco, mas são pequenos passos, sendo esses, a caminho de um horizonte de vitórias.
Outro dos grandes problemas enfrentado está relacionado aos planos de saúde, esse não discuto, tem um ditado popular: “só quero quem me quer”, adotamos ele em nosso serviço, isso não é nem mesmo sugestão, apenas desabafo pessoal, mantemos uns três ou quatros convênios em nosso serviço de fisioterapia, eles correspondem apenas 8 a 10% da nossa receita financeira, o que nos dificulta escrever esse texto, por não querer parecer dono da verdade ou arrogante, apenas ser mais um fisioterapeuta deste imenso Brasil, que vive da sua labuta e sendo fisioterapeuta. Por isso tomamos a coragem de relatar aos leitores uma realidade pessoal, por não ver em mim e nem em nosso trabalho, nada de especial. Posso dizer: se conseguimos ter uma vida honrosa, com ganhos pessoais, financeiros e sociais através da fisioterapia, não temos a menor dúvida, todos podem.
Fiz a faculdade com grandes sacrifícios, tive o privilégio de ter bons professores, admiro cada um até hoje, depois de dezoito anos de formado, assisto em nosso país muitos colegas brilharem e serem bem sucedidos, estou falando do lado financeiro, com honestidade e integridade profissional. Pagamos nossos impostos corretamente e mantemos estratégias para oferecer o melhor aos responsáveis pelo verdadeiro sucesso, nossos clientes. Aprendemos desde cedo, não poder contar com ninguém, apenas conosco e com o melhor de nós mesmos. Muitas vezes incompreendidos e tomado pela deslealdade, irritado por vaidades desnecessárias e pela concorrência desonesta, nada foi motivo de desacreditar ou viver além do mundo real, erros, acertos, perdas e ganhos, mesmo assim, busquei acordar todos os dias como no primeiro dia de formado, os mesmos sonhos, os mesmos medos, mas com o coração aberto oferecendo se preciso for a máxima dedicação na resolução de cada necessidade e conquista do sorriso dos nossos clientes, com a cabeça inquieta para aprender cada vez mais métodos, conceitos e o que for necessário nesse constante processo de aprendizagem. Muito nos orgulha na vida servir a sociedade e não sou exceção em nosso país e em nossa profissão. Quanto aos fatos já citados em relação à desenfreada abertura de novas faculdades, muitas vezes sem critérios nenhum, os desgastes em relação aos planos de saúde do qual somos clientes insatisfeitos e não profissionais dependentes, além de muitos outros problemas ocorrentes no Brasil. Ser fisioterapeuta satisfeito, alcançar realizações e reconhecimento da sociedade é não concordar com atitudes que insistem assumir o papel maculador da nossa classe profissional.
Grande Amigo Jorge,
a sua trajetória de empenho e consequente sucesso é uma vitrine, um exemplo para todos. Como em todas as profissões, existem os ícones.
A saber, no futebol temos inúmeros craques que fazem e fizeram história pelo mundo. Mas vamos pegar um exemplo: Ronaldo, o Fenômeno. Muitos jogaram futebol em alto nível, poucos tiveram o destaque que ele teve, e nenhum outro trilhará um sucesso como ele. A quem denomino o Midas do esporte atual, ele tem a capacidade de transformar tudo que toca em ouro.
Por exemplo, Anderson Silva (lutador renomado de MMA) lota a mídia depois que se associou a 9nine, mesmo sabido que já era um lutador de sucesso há um bom tempo, não tinha o espaço que tem na mídia.
Você Jorge, é um “midas” da fisioterapia local. Você revelou talentos, criou estilo, fez história e fará história na fisioterapia do Ceará e do Brasil. Qual outro fisioterapeuta tem um blog em um portal?
Qual outro consegue repercutir tantos assuntos?
Infelizmente, apesar de concordar com os números que você tão bem apresenta, tenho que dizer que a grande maioria dos fisioterapeutas estão e estarão a margem deste sucesso e deste crescimento. E a culpa será única e exclusiva deles!
Para pensar, desta grande massa:
1- quanto tem o hábito de ler (cultura generalista, não me refiro a revistas de fofoca)?
2- quanto se atualizam através de artigos científicos (não me refiro a produção obrigatória durante vida acadêmica, nem tampouco àqueles estudos cujo intuito é vender cursos)?
3- quantos se deixam levar por grandes brandings de cursos e técnicas e mesmo sem nem entender os objetivos e princípios dos métodos se intitulam “especialistas”?
4- quantos querem fazer parte desta revolução da fisioterapia e se negam a aceitar o subjugo desigual dos planos de saúde e dos estágios irregulares?
5- Quanto frequentam eventos científicos de verdade (não me refiro aos congressos que se vendem graças a show de Axé)?
São muitas a barreiras a serem vencidas. Não são intransponíveis para aqueles que se esforçam. E o esforço aqui não é apenas físico, antes de udo deve ser intelectual, político e SOCIAL. Vamos dar ao POVO acesso a atendimento de qualidade.
ABAIXO A DITADURA DA CONDUTA: CRIO-ELETRO-TERMO NOS ATENDIMENTOS!!!!
Façamos como na frase:
“They did not know it was impossible, so they did it!” (Não sabendo que era impossível, foi lá e fez) ora atribuido a Jean Cocteau ora a Mark Twain.
Ainda sugiro reflexão com este video do prof. Marins:
http://www.youtube.com/watch?v=Jhq_0gR_LwA&feature=player_embedded#!
É verdade gente, chega de desânimo,as palavras escritas só tem valor se por acaso a gente aceitá-las como verdade, eu posso eu consigo e vou a lutar.
É porque as vezes eu fico confuso.No mundo a gente conhece pessoas que dizem que a gente não deve entrar no mar porque é perigoso, Outros ensinam a gente a nadar e outros nos colocam em balsas para ver o por do sol em alto mar, e ai, voltam de helicóptero e dizem assim: pronto gente, agora vocês voltam nadando. Escolha o seu professor, afinal vc pode, vc consegue!
Parabéns pelo artigo, compartilho com você as lutas, mas a gratificação de ser fisioterapeuta! Sempre há um espaço para todos aqueles que não desistem e fazem seu trabalho com amor!
é com muito orgulho que sou fisioterapeuta e procuro sempre valorizar minha profissao, é com a uniao de todos que devemos lutar por um futuro melhor na fisioterapia..parabens belo blog, e estou na luta com vcs…
Sábias e belas palavras amigo Jorge!
Compartilho de suas idéias, assim como com as do colega Bruno, com quem também tive o prazer de estudar, e com as do colega Luis Herique.
É difícil culpar quem estar embaixo, na minha humilde opinião não são eles os culpados. Os grandes responsáveis por esse grande caos encontrado nos serviços de Fisioterapia são os gestores: ministros (principalmente educação e saúde), deputados e senadores e por aí vai, como em uma pirâmide.
Como posso eu culpar alguém na base de uma pirâmide se as atitude (ordens, metodologia, leis, etc.) estão vindo desde o topo.
Lembro-me como se fosse hoje: Lula foi eleito com uma maioria esmagadora de votos e o povo dizendo que queria mudança, mas em Pernambuco, assim como em outros estados da federação, o PT foi derrotado e com uma proporção deplorável… aqui o candidato do PT teve pouco mais que 10% dos votos. Então, pergunto: que mudança o povo quer? Poderia Lula demitir o governador eleito e colocar um funcionário seu?
Como posso eu julgar essa massa imensa se a política é: educação e saúde para todos não importa a qualidade. Essa é uma realidade que precisa ser combatida, uma triste realidade que existe porque o Brasil quer deixar de figurar em colocações lamentáveis quando comparado a outros países no que diz respeito a educação e saúde.
No Brasil a saúde e a educação são do tipo: dou o peixe ao homem, quando deveria ser: ensino o homem a pescar.
Bom seria se o problema fosse embaixo e não encima, pois seria resolvido com demissões e qualificação… da forma que está demissões não resolvem pois vem outro com iguais ou piores qualificações e qualificação resolve apenas em parte, pois os que se qualificam são os que ainda conseguem sobreviver com um pouco mais de dignidade, mas esse são uma minoria: 1%, talvez até menos.
Pessoas que pensam e agem pelo pensar devem ser estimuladores desse tipo de atitude. Mas, devemos também tentar subir ao palanque, devemos tentar assumir cargos de gestão pública. A luta é muito mais que classista é luta política.
Fraterno abraço!
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