Por: CLÁUDIA COLLUCCI
DE SÃO PAULO
Cirurgias de coluna, especialmente as de hérnia de disco, estão na mira do governo dos EUA. Os custos com esse procedimento passaram de US$ 345 milhões em 1997 para US$ 2,24 bilhões em 2008.
Como pano de fundo, há os conflitos de interesses entre cirurgiões e a indústria de próteses (pinos, placas e outros materiais), que já estão sendo investigados pelo Congresso.
A suspeita é que os médicos estariam indicando cirurgias desnecessárias em troca de comissões.
Um relatório divulgado em 2011 pelo “Wall Street Journal” mostrou que cinco cirurgiões do Norton Hospital, no Kentucky, receberam, cada um, US$ 1,3 milhão da Medtronic, líder em dispositivos para cirurgia na coluna.
A empresa afirmou que o dinheiro se refere a royalties, porque os médicos ajudaram no desenvolvimento dos dispositivos. O curioso é que esses médicos estão entre os que mais indicam as cirurgias no sistema público de saúde americano, o Medicare.
Só os parafusos usados para perfurar a coluna custam US$ 2.000 cada um. Mas, segundo o Medicare, o custo de fabricação não passa de US$ 100.
“Você pode facilmente colocar US$ 30 mil em materiais durante uma cirurgia de hérnia de disco”, diz Charles Rose, cirurgião de coluna da Universidade da Califórnia que criou o grupo “Associação de Ética Médica” para combater os conflitos de interesse.
“Muitas cirurgias estão sendo feitas em situações em que não há evidência de que vão funcionar”, afirmou à Folha Rosemary Gibson, autora do livro “The Treatment Trap”.
TAMBÉM NO BRASIL
No Brasil, a situação é parecida, segundo o cardiologista Bráulio Luna Filho, conselheiro do Cremesp (Conselho Regional de Medicina). “O problema é que ninguém denuncia. Mas o que anda acontecendo é criminoso.”
Segundo ele, o Cremesp discute criar uma resolução estadual que discipline os conflitos de interesses na área de medicamentos e de dispositivos.
“Sabemos dos exageros, mas fazemos de conta que não sabemos”, diz Guilherme Barcellos, pesquisador especializado em conflitos de interesse.
Em 2010, o CFM (Conselho Federal de Medicina) publicou uma resolução que proíbe comissões para a prescrição de materiais implantáveis, órteses e próteses. A resolução também impede que o médico exija a marca do material a ser usado.
Fonte: Folha.com
Medicina Intervencionista e minimamente invasiva associada a protocolos fisioterapêuticos criteriosamente definidos por estudos biomecânicos e biodinâmicos estão entre as soluções para esse propinoduto…
Os caras aceitam os valores baixos dos planos e por baixo das cobertas recebem o percentual pelas indicações. Isso fica claro na hora da conta, numa cirurgia de hérnia que custa uns 70mil reais , quem ganha menos é o operador( MD), cerca de 600 reais… Vc acha que a conta fecha? Passar 2h operando e receber 600 reais? Tem alguma coisa errada nisso!
Nós que trabalhamos com pcts no sistema privado , praticamos valores de honorários justos, compatíveis com o padrão de excelência e resolutividade altos , não precisamos desse tipo de prática!
O sistema precisa abrir o olho e coibir o conflito de interesses nessa área .
Cirurgia apenas com critério de indicação bem definidos e sem atravessadores !
Dr. Wiron Correia Lima , PT, EDFCR
Seguramente a mesma situação vem ocorrendo no Brasil. É aconselhável buscar tratamento complementares da coluna, antes de um tratamento cirurgico, onde a garantia de bons resultados é muito baixa e o risco muito alto. A quiropraxia realizada por um profissional reconhecidamente habilitado é uma das opções que trata os mesmos acometimentos, com baixíssimo custo, excelentes resultados em um curto espaço de tempo.
Prevenir é o melhor caminho!!!