Estou sempre questionando minhas atitudes e ações em todos os aspectos da vida, o profissional, esse nem se fala, busco aprender a cada dia mais, compro novos desafios, desejando o melhor de mim e não tenho a menor dúvida: eu sou meu maior concorrente . As vezes ouço; “o melhor médico, fisioterapeuta, arquiteto…” Nunca foi minha intenção ser “o melhor” , nem mesmo acredito nisso, o melhor para uns, pode não ser melhor para outros, tento diariamente fazer a melhor auto biografia, mas tenho minhas dúvidas, queixas e desilusões. Surge no Ceará um novo movimento relacionado a Fisioterapia, não fui a nenhum encontro, mas dei sinal de existência, se é a favor dos nossos direitos, eu apoio e de alguma forma estarei presente, tenho restrições e isso talvez seja uma insegurança profissional, não acreditar no coletivo, quando se trata de fisioterapia, certamente fruto de diversas decepções, passaram duas décadas de brava atuação nas questões políticas de nossa profissão e confesso, não gostei do que ví, primeiro a falta de foco, os fisioterapeutas discutem sobre tudo menos o que de fato importa, o paciente ou cliente como queira chamar a ator primordial desse elenco, dessa forma me “ilhei” de todas as questões políticas da profissão e passei a me dedicar apenas o que mais importa, o melhor do meu cliente, posso afirmar: os resultados foram extraordinários tanto na resolutividade dos casos clínicos quanto financeiros.

Não me permito perder tempo com o desprezo dado pelos planos de saude a nossa profissão, muito menos com a opinião de médicos ou outros profissionais, precisamos de associações que promovam nossa profissão, seja na mídia, nas comunidades e em todos os lugares com pessoas que necessitam ou desejam ser atendidas por fisioterapeutas. A sociedade precisa saber os nossos potenciais, habilidades, valores e capacidades. Lembro ouvir de alguns colegas: “Jorge, é utopia acreditar na possibilidade de sucesso de uma clínica de fisioterapia sem convênios”, fiz isso. Em 2008 quando resolví enfrentar esse desafio, a receita da Fisio Vida era 62% de pacientes conveniados, eu falava para minha equipe, nós podemos mudar isso, eles não acreditavam, foi quando eu precisei sair do mundo acadêmico, deixar a tal estabilidade, salário fixo e ir comprar mais uma briga, um ano depois e até o dia atual, os planos de saúde, não passam de 12% da nossa receita.

A sociedade está disposta a pagar para ser atendida e cuidada com dignidade e não com o fingimento, hoje e sempre depositada em sua mente dos que chamam de fisioterapia convencional ou clássica. Nesse contexto quero ser brega, nunca aceitei e não faço, mesmo esses 12% de receita de planos de saúde existindo em nosso serviço e absolutamente díficil de administrar, essas pessoas merecem o melhor de nós e buscamos incondicionalmente oferecer o melhor.

Está na hora de irmos para rua pesquisar o mercado? Sugiro apenas duas perguntas a sociedade. Você sabia que é impossível um bom resultado na fisioterapia sem uma avaliação precisa? Você sabia que tem o direito, por que está na legislação, ser atendido individualmente? Me recuso sentar e discutir a profissão com colegas que em suas clínicas atendem no varejo, falo dos salões que não oferecem privacidade, não adianta dizer, é por que os planos pagam mal, visão pobre, o foco é o cliente ou paciente, não o plano de saúde. Meu maior sonho profissional é ver as pessoas nesse país esclarecidas, exigirem da clínica diploma do fisioterapeuta e a inscrição no conselho, certificados de manutenção dos equipamentos utilizados, etendimento por hora marcada, isso sim, me chamem que vou e participo efetivamente, com toda energia possível. É apenas uma opinião, de nada vale ser sozinho, infelizmente poucos agem assim, mas também afirmo, esses poucos trazem o sorriso no rosto, realização profissional e pessoal, são bem sucedidos financeiramente, são profissionais que acreditam na Fisioterapia e oferecem resultados aos seus clientes.

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Jorge Brandão

Fisioterapeuta, Osteopata, RPGista. Diretor da clinica Fisio Vida.

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