cearaComo já tinha escrito nesta semana aqui no blog, a minha análise da partida desta terça-feira, no Castelão, não será baseada no resultado. O empate sem gols entre Ceará e Botafogo foi bem ruim para o alvinegro do ponto de vista da classificação – são seis pontos em 33 disputados – mas entre situações negativas que se repetiram em campo na estreia de Geninho, há pontos positivos que tento explicar abaixo.

Logo de cara a equipe se mostrou protagonista da partida, deixando a insegurança de oito rodadas sem vencer de lado o confronto do lanterna contra o líder. Entendeu que atuando em casa precisava tomar conta do confronto e assim o fez, com intensidade. Ricardinho e Wescley se movimentaram bastante, trocando de lado na faixa central e ofensiva, confundindo a marcação do Botafogo. Fabinho também exerceu uma função tática parecida, mas num setor mais adiantado do campo, ficando Rafael Costa como referência. Não raro Roniery e Victor Luis, os laterais, subiam ao mesmo tempo e assim o Ceará conseguiu ocupar o campo adversário. Faltavam, entretanto, finalizações de qualidade porque as chances surgiram. O domínio durou até os 30 minutos do primeiro tempo, quando o Botafogo entendeu o jogo do Ceará e equilibrou as ações.

No segundo tempo o time de Geninho procurou compactação, com os jogadores mais próximos trocando passes. Foram poucos lançamentos certos e nenhuma virada de jogo, por exemplo. Individualmente nenhum atleta se destacou, mas a equipe sim e terminou a partida com 18 finalizações, cinco a mais do que o Botafogo e viu Jefferson fazer grandes defesas, algumas sensacionais e fundamentais para o resultado. Defensivamente o time sofreu cedendo contra-ataques muito perigosos. Num deles, Roger Gaúcho provocou a ira do goleiro Thiago ao perder uma bola na intermediária. O gol só não saiu porque Vitor Luis afastou em cima da linha.

Para um recomeço, a melhora tática ofensiva foi evidente, mas as falhas defensivas de posicionamento ainda são marcantes. Tecnicamente é um elenco bem enfraquecido se comparado ao que o clube tinha antes da Série B começar. Os quatro coletivos comandados por Geninho deram alguns resultados imediatos, mas o trabalho é longo e as metas não são tranquilas. Para não ser rebaixado o Ceará tem ainda 27 partidas, 81 pontos e precisa de 50% de aproveitamento, ou seja, entre 40 e 41 pontos além dos seis que já tem. Contra o Criciúma, na sexta-feira, novamente no Castelão, mais uma chance para diminuir essa conta.

 

About the Author

Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

View All Articles