Resultado ruim na estreia do Ceará na Série B neste sábado. O time empatou em casa por 2×2 (todos os gols na segunda etapa) com um dos fortes times da competição, mas o Paysandu, campeão paraense e da Copa Verde, veio consideravelmente desfalcado por problemas de suspensão, contusão e necessidade de descanso de alguns atletas.

As vaias da torcida após o jogo no Castelão, entretanto, são discutíveis. Esquecendo o placar e analisando apenas o desempenho, o time esteve bem ofensivamente, mas falhou demais defensivamente. É possível elogiar, mas também apontar erros essenciais. Há muito trabalho pela frente.

O time de Sérgio Soares foi intenso durante boa parte do encontro e taticamente organizado para atacar, muito diferente do que ocorreu nas campanhas no estadual e na Copa do Nordeste. Serginho e Assisinho, bem abertos pelos lados, por vezes trocando de posição, infernizaram os laterais do Paysandu e jogaram em função de Rafael Costa. o principal jogar ofensivo do time (que seria ainda melhor se prestasse atenção e não ficasse em constante posição de impedimento). Marinho e Richardson mostraram que volantes podem marcar e ter bom passe, enquanto Felipe esteve discreto. Além dos gols marcados, o Ceará se movimentou bem e criou oportunidades interessantes para ampliar.

Defensivamente, entretanto, a equipe não funcionou adequadamente. Fica claro que ainda precisa de treino e muito mais equilíbrio coletivo. Espaços foram concedidos por falta de posicionamento adequado e erros individuais, tanto que, bem antes do primeiro gol do Paysandu, marcado por Lucas, o time de Belém já tinha criado diversas chances e, de novo, Everson foi bem demais quando acionado. Com uma pressão consistente pelo empate, o Paysandu conseguiu a igualdade (Lucas, de novo, em lance que a bola claramente entrou) pela insistência e por mérito próprio, sem esquecer, entretanto, que as alterações do Ceará bagunçaram ainda mais a defesa (saíram Serginho, Antonio Carlos e Marino para as entradas de Ewerton Páscoa, Ricardinho e Tomas Bastos).

Thalysson, pela lateral esquerda, mostrou que merece efetivamente ser titular no setor por causa de sua capacidade ofensiva, especialmente. Antonio Carlos e Sandro ainda necessitam de entrosamento e individualmente tiveram atuação razoável apenas. Já Cametá mais uma vez deixou muito a desejar. Pelas suas costas a equipe de Dado Cavalcanti criou demais. A manutenção dele na equipe depende de um acerto imediato de cobertura porque deixá-lo no “um contra um” é problema dos grandes.

 

Tagged in:

, ,

About the Author

Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

View All Articles