De volta ao treinos nesta semana, Fortaleza e Ceará não podem se dar ao luxo de comemorar o fato de estarem afastados dois pontos da zona de rebaixamento. A diferença é muito pequena. As campanhas de ambos até aqui marcam três vitórias, um empate e cinco derrotas (mais da metade). A diferença está no saldo. O Alvinegro possui um gol positivo (10-9), enquanto o Fortaleza soma cinco negativos (8-13).

Avaliando o desempenho dos rivais nos primeiros nove encontros da Série A, não é muito difícil verificar que os principais problemas estão nos setores ofensivos das equipes, o que torna essa a principal missão de Enderson Moreira e Rogério Ceni no retorno aos trabalhos, com os dois torcendo para que as diretorias reforcem de verdade os elencos. Não os sistemas defensivos das equipes sejam perfeitos e não precisem de correções (o do Ceará tem se mostrado bem mais firme e entrosado do que o do Fortaleza), mas fazer a bola balançar mais as redes dos adversários é fundamental para que as equipes ganhem tranquilidade na manutenção na primeira divisão. Sem isso, a zona de rebaixamento será realidade.

O Ceará marcou 10 gols, média baixa de apenas 1,1 por jogo. Do total de tentos anotados, quatro (40%, portanto) foram diante do CSA. No geral, o elenco comandado por Enderson Moreira ficou quatro partidas sem marcar (Santos, Bahia, Cruzeiro e Vasco); fez dois gols duas vezes (Grêmio e Avaí) e em outras duas oportunidades marcou um tento (Atlético-MG e Goiás).

O nível técnico dos atacantes está longe do ideal. Leandro Carvalho voltou bem abaixo do que apresentou no ano passado. Contratado para resolver o problema na grande área, Bergson, apesar da luta em campo, ainda não marcou. Ricardo Bueno, artilheiro do time ao lado de Thiago Galhardo no torneio (cada um fez três gols) vive situação estranha: não quer fazer a sétima partida pelo clube na Série A e nem pede pra sair enquanto negocia com outros times. O Ceará diz que ainda quer o atleta, mas apenas no discurso.

O número de gols do Fortaleza é ainda pior. O time anotou só oito em nove partidas, média de 0,88 por encontro. É um aproveitamento extremamente ruim. Em cinco jogos não marcou, justamente as cinco derrotas (São Paulo, Palmeiras, Botafogo, Flamengo e Grêmio). Fez três gols contra a Chapecoense, dois diante de Cruzeiro e Athletico-PR e marcou uma vez diante do Vasco.

A contusão de Edinho atrapalhou, mas ele nunca foi um grande fazedor de gols, situação semelhante a de Osvaldo. Ambos criam muitas alternativas, mas não frequentam topos de lista de artilheiros (cada um fez um gol na Série A). Marcinho e André, com dois gols cada, são os artilheiros do Tricolor na Série A, enquanto Wellington Paulista marcou uma vez só.

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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