Este post é a continuação deste aqui: Criando crianças bilíngues: mitos e verdades

crianças bilingues

 

 

Parte II
Por Sofia Bedê – fonoaudióloga e colunista do iMãe.

Com havia prometido, falarei sobre as particularidades que o biliguismo pode acarretar nos primeiros anos de exposição.

É relevante lembrar que as primeiras palavras ditas pelo bebê ocorrem geralmente entre nove meses e três anos de idade, o que configura um período bem extenso de tolerância. Considera-se, portanto, dentro do padrão de normalidade, tanto a criança que fala suas primeiras palavras aos nove meses quanto aquela que as pronuncia aos três aninhos.

Especialistas recomendam que se a criança não fala nenhuma palavra com um ano e seis meses ou se os pais não entendem o que ela fala, o problema deve ser explicitado ao pediatra, sempre observando as características individuais da criança. E ainda se aos três anos a criança não fala – ou fala pouquíssimas palavras – deverá ser consultado por um Fonoaudiólogo.

A verdade é que apenas contar o número de palavras que a criança diz não é suficiente para determinar se o desenvolvimento da linguagem dela está dentro da normalidade. Ela pode não falar muitas palavras ou frases, mas entende o que é dito – o que já configura um aspecto positivo. Outras parecem não reagir a estímulos verbais e não compreender o que se diz a ela, fato que certamente deve ser investigado por profissionais especialistas, como um Neuropediatra, Psicólogo ou Fonoaudiólogo.

Isso tudo para dizer que, independentemente do número de línguas a qual estão expostas, crianças bilíngues começam a falar na mesma época que as crianças monolíngues. Portanto, crianças bilíngues podem ter os mesmos distúrbios de fala e linguagem que as que falam apenas uma língua. Assim sendo, se for verificado algum atraso significativo na fala não deve ser sempre tido como normal só por causa do ambiente bilíngue – ele pode ser causado por outro fator e deve ser investigado.

Portanto, bilinguismo não causa nem previne o atraso no desenvolvimento da fala. Mas outros fatores sim! E quanto antes o diagnóstico for feito, melhores são as chances de resolver o problema. Para isso, devem ser observadas as fases do desenvolvimento da fala da criança, respeitando todos os seus aspectos – social, cognitivo, emocional e genético – tema já abordado pelo blog anteriormente AQUI.

Seguem abaixo algumas causas de atraso no desenvolvimento da fala de crianças monolíngues, bilíngues, polilíngues…

  1. Problemas de audição
  2. Problemas de desenvolvimento geral/neuropsicomotor
  3. Transtornos neurológicos
  4. Problemas emocionais/psicológicos
  5. Falta de estimulação da fala e linguagem

CONCLUSÂO

As crianças bilíngues se desenvolvem em diferentes ritmos, da mesma maneira que as monolíngues – podendo falar mais cedo ou mais tarde que outras crianças.

***

Sofia é fonoaudióloga, especialista em voz, e atende em seu escritório colaborativo MOBILE COWORKING
Mais informações: http://www.mobilecwk.com.br/home.html
Contato: (85) 9900 0042
Foi alfabetizada em português e inglês na mesma época. Também fala espanhol e atualmente mantém aulas de árabe instrumental. Recentemente foi aprovada na Residência em Neurologia e Neurocirurgia da Escola de Saúde Pública do Ceará.

♥  ♥  ♥

iMãe nas redes sociais:
Facebook: facebook.com/imaeblog
Instagram: @blogimae
Twitter: @imamaeblog
Pinterest: www.pinterest.com/imaeblog

 

About the Author

Carol Bedê

Jornalista. Mãe da Laís e do Vinícius. Já quis ser muita coisa...depois de terminar a faculdade de letras, uma especialização e a faculdade de comunicação social (jornalismo), de uma coisa tive certeza: o que eu quero mesmo é escrever. Já escrevi sobre muitos assuntos. Tentei até fazer poesia, mas nunca achava que conseguia. Depois de ser mãe resolvi escrever sobre ser mãe, sobre bebês, sobre crianças e sobre esse mundo. E só agora acho que consigo fazer poesia.

View All Articles