Ceará é um dos maiores produtores de melão do País (Foto: Edimar Soares, 15/5/2012/O POVO)

Fortaleza – É gravíssima a situação do setor agrícola no País. Os relatos nas diferentes atividades têm comum o caráter absolutamente insustentável dos produtores de hortifrutigranjeiros e criadores de animais para abate. A tristeza entre os produtores é generalizada. As câmara frias estão lotadas. Não há mais espaço para guardar o que é produzido e não escoado.

Tom Prado, diretor da cearense Itaueira, com atuação no segmento de Frutas, Legumes e Verduras (FLV), disse ao Blog que nesta segunda-feira (28) dois caminhões retidos em bloqueios tiveram de fazer a doação da carga. “Tem ainda mais sete que aguentam até amanhã (terça, 29) pelo menos”.

O presidente da Abrafrutas, a associação que reúne os empresários do setor, Luiz Roberto Barcelos, também diretor da Agrícola Famosa, a maior exportadora de melão do Brasil, calcula um prejuízo no segmento entre R$ 250 milhões e R$ 300 milhões por semana. Os números variam. No vale do São Francisco há quem arrisque o dobro em perdas.

Ele disse ter hoje (28) cerca de 50 caminhões retidos em estradas pelo País. O maior problema são as vendas. “A dona de casa que não comeu melão na semana passada não vai comer dois melões nesta semana se chegar”. Perdeu a venda.

A produção parada implica risco de cancelamento de pedidos. O fruto disso é a necessidade de renegociação da venda, com queda no preço.

Afora isso, Luiz Roberto relata dificuldade para obter combustível para chegar à fazenda e utilizar na produção e colheita.

 

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Jocélio Leal

Editor-chefe dos núcleos de Negócios e Economia do O POVO- POPVeículos/ POP Imóveis e Construção/Empregos& Carreiras/ Editoria de Economia/ Colunista de Economia e Política no O POVO/ editor-executivo do Anuário do Ceará desde 2001/ Apresenta flashes do Blog nas rádios O POVO-CBN e Nova Brasil FM/ Apresentador da TV O POVO (Canal Futura)

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