Fortaleza – É gravíssima a situação do setor agrícola no País. Os relatos nas diferentes atividades têm comum o caráter absolutamente insustentável dos produtores de hortifrutigranjeiros e criadores de animais para abate. A tristeza entre os produtores é generalizada. As câmara frias estão lotadas. Não há mais espaço para guardar o que é produzido e não escoado.
Tom Prado, diretor da cearense Itaueira, com atuação no segmento de Frutas, Legumes e Verduras (FLV), disse ao Blog que nesta segunda-feira (28) dois caminhões retidos em bloqueios tiveram de fazer a doação da carga. “Tem ainda mais sete que aguentam até amanhã (terça, 29) pelo menos”.
O presidente da Abrafrutas, a associação que reúne os empresários do setor, Luiz Roberto Barcelos, também diretor da Agrícola Famosa, a maior exportadora de melão do Brasil, calcula um prejuízo no segmento entre R$ 250 milhões e R$ 300 milhões por semana. Os números variam. No vale do São Francisco há quem arrisque o dobro em perdas.
Ele disse ter hoje (28) cerca de 50 caminhões retidos em estradas pelo País. O maior problema são as vendas. “A dona de casa que não comeu melão na semana passada não vai comer dois melões nesta semana se chegar”. Perdeu a venda.
A produção parada implica risco de cancelamento de pedidos. O fruto disso é a necessidade de renegociação da venda, com queda no preço.
Afora isso, Luiz Roberto relata dificuldade para obter combustível para chegar à fazenda e utilizar na produção e colheita.