O CPJ [Comitê para a Proteção dos Jornalistas], entidade com sede em Nova York, emitiu comunicado com o título “A guerra de Daniel Ortega contra os meios de comunicação”. O CPJ acusa o presidente da Nigcarágua de “ignorar a imprensa, exceto para constranger os críticos”.
Para o CPJ, Daniel Ortega e sua mulher Rosario Murillo, “virtual primeiro ministro” estabeleceram a estratégia de “ignorar” a imprensa privada, repassando informações apenas para a imprensa controlada pelo governo.
“O líder nicaraguense e sua mulher estão em desafio direto com a imprensa privada, procurado reduzir a sua influência. A primeira regra é ignorar os meios privados a que Ortega e Murillo descreveram, em várias ocasiões, como financiados por la CIA e controlados por uma elite que denominam depreciativamente como oligarquia”, diz o CPJ.
Segundo o CPJ, para que as informações cheguem ao público “não-contaminadas” pelos meios críticos, a administração de Ortega mantém contato com um “punhado de meios pró-governamentais, controlados pela família do presidente e seu partido”.
Além disso, segundo o CPJ, os jornalistas críticos enfrentam “perseguição e ataques à sua reputação”. Segundo o CPF, Ortega têm qualificado esses jornalistas como «”filhos de Goebbels” e inimigos do povo nicaraguense». [Joseph Goebbles foi o ministro de propaganda de Hitler.]
Ainda segundo o CPJ, o governo nicaraguense tem “manipulado a distribuição de publicidade oficial para castigar os meios críticos e recompensar os que o apoiam”.
O comunicado com as “Recomendações do CPJ ao presidente Daniel Ortega”.
1. Abster-se de usar lingaguem exaltada, como qualificiar seus críticos de “inimigos” do povo nicaraguense.
2. Assegurar que todos os meios, incluindo a imprensa crítica, tenham acesso equitativo aos eventos públicos. Conceder entrevistas e realizar entrevistas coletivas periódicas.
3. Assegurar que o Poder Judiciários e a Fiscalização Geral do Estado e outros instrumentos de governo nunca sejam utilizados para constranger ou intimar os meios de comunicação.
4. Condenar ataques físicos aos meios de comunicação de forma pública e insistir que se efetuem investigações exaustivas [em caso de ataques].
5. Insistir em pôr ponto final às campanhas sistemáticas que pretendem desacreditar os jornalistas críticos, medidas que são, particularamente, efetuados por meios que simpatizam com o governo.
Veja aqui a íntegra do comunicado, em espanhol.